Resenha mensal: O Doador

O livro sobre o qual vou falar hoje é O Doador. Esse é mais um livro distópico muito bom, mas que não é muito conhecido ou divulgado e vale a pena dar uma olhada nele.

O romance de Lois Lowry nos coloca em um mundo onde tudo parece perfeito: pessoas não brigam uma com as outras, todos estão satisfeitos com suas vidas e seguir estritamente às regras rígidas e ao sistema não é um problema. Contudo, para que isso fosse possível, a sociedade teve que cortar as emoções mais fortes do povo; o amor, o ódio, o desejo e outros sentimentos não existem mais, a população vive nos mesmos tons de cinza, só conhecem a mesmice.

Esse corte de sentimentos levou à escolha de uma única pessoa para guardar todas as lembranças do que o mundo foi um dia, o Recebedor de Memórias. O protagonista do livro é o Jonas, um menino que está prestes a ter sua cerimônia de doze anos, o momento em que as pessoas descobrem qual profissão foi escolhida para elas. E é em sua cerimônia que ele descobre que vai ser o próximo Recebedor e recebe o desafio e a honra de seguir nessa profissão que irá mudar sua vida, ou melhor, sua visão da vida.

O Doador é um dos livros mais bonitos que eu já li. Não só pela mensagem que ele trás, mas também pela ótima e bem construída história e dos detalhes introduzidos nela. Toda essa relação da sociedade supostamente perfeita e a falta de sentimentos é muito legal e me fez pensar bastante.

Uma coisa interessante sobre o livro é que, por mais que também seja uma distopia, ele se distancia um pouco de Jogos Vorazes pelas questões levantadas. Enquanto The Hunger Games nos faz criticarmos e levantarmos questões relacionadas à sociedade, O Doador incita questões mais humanas, sobre nós mesmos.

Por conta disso, diria que esse livro é mais para o público adulto, mesmo tendo como protagonista um garoto de 12 anos. É claro que pessoas mais novas também podem ler, mas pode acontecer de a mensagem do livro não ser captada.

The Giver (título original) faz parte de uma quadrilogia, mas, aparentemente, os outros livros (ainda não lançados no Brasil) não se tratam de continuações diretas e dá para ler apenas o primeiro livro sem nenhum prejuízo.

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