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Sobre “Jogos Vorazes” e os protestos Brasil afora

Venho acompanhando pelas redes sociais e por alguns poucos sites e blogs de revistas e jornais que ainda se atêm ao bom jornalismo o início das manifestações de rua convocadas pelo Movimento Passe Livre de São Paulo no começo deste mês. Da última quinta-feira (13) para cá, as manifestações expandiram-se, somando na segunda-feira 230 mil pessoas em diversas cidades do Brasil. E em meio a tudo isso, através do Facebook, li algumas comparações entre as manifestações Brasil afora e a Panem dos livros de Suzanne Collins.

Entre as comparações, “Toda revolução começa com uma faísca” é com a maior repercussão. O slogan foi criado pela equipe de marketing da Lionsgate para divulgar Jogos Vorazes: Em Chamas, fazendo clara referência à faísca (ou fagulha, usando a tradução dos livros) que Katniss e Peeta acenderam, como é citado pelo Presidente Snow logo no segundo capítulo de Em Chamas. Agora, transformou-se numa metáfora da faísca que para alguns se acendeu só agora, mesmo que para outros esteve acesa por muito, muito tempo. Além disso, indireta e inconscientemente, o uso do slogan nos protestos (online ou não) é maldoso, visto que a divulgação (indireta, friso novamente) do segundo filme está sendo realizada em cima de uma causa política – atitude extremamente antiética.

Li ainda a comparação estúpida entre membros do nosso Poder Executivo e os personagens Presidente Snow e Presidenta Coin, os déspotas de Jogos Vorazes. E por fim, mas certamente não a última, existem também as comparações absurdas com os próprios Jogos Vorazes em si – que, sinceramente, não vejo o menor sentido.

É preciso dizer, primeiramente, que são comparações sem fundamento e de uma imaturidade tamanha que me surpreende que tenha vindo de fãs de Jogos Vorazes, série escrita para o público adulto jovem. Felizmente, novamente: felizmente, o mundo de Panem parece bem distante, ao menos nos âmbitos político e econômico. É aí, então, que reside a diferença entre a realidade e ficção. E é natural que o leitor (e fã, principalmente) saiba diferenciar uma da outra.

Jogos Vorazes é sobre uma jovem revolucionária que muda o lugar em que vive e toda a sociedade ao redor. Mais do que isso: é uma série sobre o poder político e sobre como o entretenimento pode alienar. É também uma série sobre a imagem: a imagem da garota em chamas, do pássaro híbrido e sobrevivente, das amoras-cadeado e sobre como tudo isso afeta a propaganda e mídias no comportamento em sociedade.

Comparar os símbolos de Jogos Vorazes com a realidade é uma tarefa a ser esmiuçada com muita calma e delicadeza. Seus personagens e universos são ricos o suficiente para existirem por aí espelhos quebrados seus, mas não há razão para comparar caricaturas dessa realidade distorcida dos livros com o Brasil no dado momento.

Nos livros da série, existem duas forças opostas que convergem: Snow e Coin. Ambos buscam insaciavelmente o poder, não estipulando limites para sua conquista; ambos não hesitam em matar nem ameaçar e acreditam piamente no que dizem e no que mantêm. Portanto, comparar os dois tiranos com qualquer político atual do Brasil é um erro. Há, sim, aqueles nossos que ainda defendem a eliminação de certos grupos da sociedade com curas imaginárias. Mas é preciso lembrar que, se chegaram aonde estão, é porque foram eleitos democraticamente, e não porque derrotaram seus inimigos com venenos e assassinatos encomendados. Então, qualquer comparação dessa estirpe não deve ser feita.

De maneira indireta, tais comparações infelizes minimizam todos os temas debatidos em Jogos Vorazes. A romantização desses temas leva à diminuição da série como distopia e literatura; leva à subestimação crítica de seus fãs; leva à distorção das ideias defendidas por Suzanne Collins. Faz-se necessário, portanto, que haja cautela quando feita qualquer declaração comparando Jogos Vorazes e os protestos no Brasil, sejam sobre diminuição das tarifas, Copa das Confederações e do Mundo, Estatuto Nascituro ou qualquer outra manifestação pública.

Por mais próximos que o Grande Irmão e o Método Ludovico pareçam estar, Panem ainda parece muito, muito distante. É também através das diferenças que aprendemos, característica muito poderosa da cultura distópica. E ressaltar essas diferenças é a proposta mais racional e digna para os protestos ocorrendo por todo o Brasil. É o que Suzanne Collins esperaria de seus fãs.

19 de junho de 2013 às 19:00
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Comentários
  1. Sara disse:

    o direito de se expressar é valido para ambos, mas devo concordar que as comparações não fazem sentindo e que para fãs menos esclarecidos ela s podem parecer mais serias do que são, e os que as fazem devem pensar nisso, o publico doma para sim o que e como querem do mesmo jeito que quem expõem suas idéias são livres para fazer o mesmo; não gosto das comparações feitas, não peço para pará-las, mas sim para que tenham cuidado e consideração com outros ao posta-las.

  2. Luana disse:

    Ninguém (pelo menos eu acho que ninguém) está realmente acreditando que o Brasil tenha alguma relação com o livro. Isso é uma brincadeira dos fãs e uma maneira de comparar a história que amam com o país em que vivem. Não é para ser levada a sério.

  3. BiaJV disse:

    Concordo que as pessoas tem que se expressarem , mas também concordo que o post foi desnecessário as pessoas que postaram isso no face foi apenas brincadeira , não a necessidade de fazer um post desse no D13.

  4. Kamuiih disse:

    Toda revolução começa com uma fagulha isso é fato, e não um bordão q Suzanne Collins ou lionsgate criou e a comparação q todos nos estamos fazendo é que os 20 centavos foi a fagulha para essa revolução n estamos querendo criar um Katniss da vida, um simbolo pra essa revoluçao , e mesmo se tivesse n iria ser um espelho quebrado jah q a propria Katniss tem mais defeitos q qualidades, pelo jeito q vc fala parece q está com raiva da comparação ngm está comparando pessoas com personagens da serie. Post mto infeliz o seu, é inevitavel a comparação mas a seguinte comparação nada além dela: os 20 centavos foram a fagulha para essa revolução… quando eu vi essa revolução q estão fazendo nas ruas e quando veio a tona q os protestos n são mais pela tarifa e sim por varia coisas q estavam intaladas na nossa garganta criei a seguinte frase “Voçês acenderam a fagulha, aqui estão as chamas”. No sentido de os 20 centavos terem sido a fagulha e as outras coisas q vieram tona (como o protesto contras a copa, e a reivindicação em pró de hospitais e educação) terem sido as chamas… Com essa frase é inevitavel a comparação, mas uma comparação limitada nada de coisas surreais….

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