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Jennifer Lawrence fala sobre personagens, diretores, futuro e mais em nova entrevista

Durante o Festival Internacional de Filmes de Santa Barbara, Jennifer Lawrence (responsável por interpretar Katniss Everdeen em Jogos Vorazes) concedeu diversas entrevistas à imprensa.

Nesta entrevista ao Collider, a atriz fala sobre o ano de 2012 e as premiações que participou pelo seu papel em O Lado Bom da Vida, o começo da carreira, suas personagens e os diretores com os quais trabalhou, seu futuro como atriz e sua vontade em dirigir um filme e, claro, Jogos Vorazes. Confira um trecho abaixo:

Como foi revisitar o personagem para o segundo filme, Em Chamas?
Jennifer: Se for possível, esse teve ainda menos preparação, eu disse “Eu já fiz isso antes”. Foi incrível porque era como voltar para o colégio. Nós tivemos um monte de gente da mesma equipe, e obviamente Josh (Hutcherson) e Liam (Hemsworth) estavam lá. Normalmente, quando eu faço um filme, estou conhecendo pessoas pela primeira vez, então foi maravilhoso ser capaz de ter o mesmo grupo. Foi muito divertido. E é um personagem que eu amo e uma história e mensagem que eu sou apaixonada, então não consegui enjoar dela. É um personagem bem difícil de se enjoar, aliás.

A equipe do D13 traduziu a entrevista na íntegra. Leia abaixo:

Como tem sido o ano para você?
Jennifer: Bem, está bom e ruim, como em qualquer trabalho. Há um lado maravilhoso dele que é inacreditável, e há um lado ruim e você só tem que seguir em frente. Mas, está sendo maravilhoso. Um monte de coisas que eu nem mesmo pensava serem possíveis para mim aconteceram, tudo em um ano. Tem sido realmente esmagador, mas em um ótimo sentido.

Você está pronta para dar um tempo em tudo para desfrutar e apreciar todas as oportunidades e consagração que você tem experimentado?
Sim, é um sentimento incrível! Isso não acontece com frequência. É muito raro. Então, eu posso definitivamente tirar um momento para pensar o quanto isso é maravilhoso.

Você gosta de onde você está, exatamente agora, sendo uma estrela famosa?
Acho que quanto mais eu ficar em casa, menos eu serei sufocada por isso, então eu tenho passado um monte de tempo por lá. É sufocante, mas é uma honra. Isso é o que eu quero fazer. Isso me faz feliz. É como receber uma promoção no seu trabalho, mas quando você recebe a promoção, não pode sair de casa. Mas meus sonhos se tornaram realidade. É sempre divertido porque acho que eu posso me divertir nas poucas horas que fico no tapete vermelho. Isso dura esse tempo e então estou pronta para ir para casa, aí já acabou e eu posso voltar ao normal.

Como você conseguiu seu começo como atriz?
Eu fui para Nova York no recesso de primavera porque era muito próximo de Louisville, Kentucky, de onde eu sou. Então eu e minha mãe saímos apenas para um recesso. Eu nunca pensei realmente em atuar porque nunca foi uma possibilidade. Agora, olhando para trás, nós sabemos que eu era uma atriz desde que nasci. Eu me vestia com roupas diferentes e me apresentava como Lucille Ball. Mas, eu não descobri isso realmente até que eu fiz 14 anos e um homem perguntou se podia tirar minha foto, eu disse que, “Sim, claro!” e então ele ligou e disse que todas as agências queriam nos conhecer e nós dissemos, “Bem, não temos mais nada melhor para fazer em Nova York”. Aí, nós entramos no carro e no caminho para a agência eu decidi que não queria ser uma modelo. Eu estava indo somente para ser uma atriz e só assinaria com alguma agência que me deixasse atuar. Então, eu estava recusando as agências de modelo e minha mãe pensou que eu era uma idiota. Mas ela me disse que todas as agências estavam mentindo porque elas só queriam meu dinheiro, então nós não assinamos com ninguém.
Voltamos para Kentucky e eu implorava, todos os dias, para ela me deixar tentar, apenas ter uma chance.

Seus pais não estavam te encorajando?
Eles não estavam no começo. Meus pais nunca me deixariam ir para Nova York, mas meus dois irmãos mais velhos chamaram eles e disseram: “Vocês viajaram por todo o país conosco, para beisebol, futebol e basquete. Esse é o jogo de beisebol dela. Vocês têm que torcer.” Então eles foram forçados nesse ponto.

Você já fez teatro quando era menor?
Não. Eu fazia coisas de igreja. Eu estava no coral. Quando eu tinha nove anos, eu tinha um boá de penas (espécie de cachecol sintético) e cantava no coral da igreja.

Você imediatamente começou a levar atuação a sério, como uma carreira?
Sim. Eu tentei um pouco e consegui pequenos trabalhos. Essa foi a primeira vez que eu era boa em alguma coisa; sério. Eu não era ótima na escola, eu era boa. Tirava A’s e B’s, mas me sentia burra todo dia. Nós temos que praticar esportes na nossa família, era uma regra. Mas eu nunca gostei realmente de esportes. Então eu não conseguia encontrar “aquela” coisa, o que é normal para uma pessoa de 14 anos. Mas aí, quando encontrei, senti como se essa fosse a única coisa que eu sabia que entendia e não queria sair disso. Acho que minha mãe viu a mesma coisa e não queria muito me mandar de volta para a escola, onde eu não estava muito feliz. Ela viu o quanto eu estava feliz vivendo por minha conta em um apartamento infestado de ratos fazendo audições.

Porque você não teve nenhuma aula de atuação?
Porque meus pais não iriam pagar as aulas. Eles eram tipo, “Se você quer ser uma atriz, não vamos pagar por suas aulas”. Esse foi o principal motivo de eu não ter tido nenhuma. Esse foi na verdade o único. Não estou contra eles. Se você pode pagar por elas, vá em frente.

The Poker House foi seu primeiro longa-metragem. Como foi essa experiência?
Foi maravilhoso, mas ao mesmo tempo era aterrorizante porque era meu primeiro filme de verdade e eu amava muito isso. Eu amava estar no trabalho todo dia e amava a diretora me dizendo o que fazer e eu fazendo. Ao mesmo tempo, havia esse medo porque eu não tive aulas e não sabia realmente o que estava fazendo. Então, quando nós fôssemos cortar e dar sequência, [a diretora Lori Petty] iria dizer, “Bom! Ótimo trabalho!” e eu não saberia o que tinha feito. Isso me assustou quando nós concluímos e eu estava meio, “Bom, eu posso ser um pônei de um truque só. Talvez eu tenha feito tudo que ela gostaria, mas eu não sei se estou apta para fazê-lo outra vez.”.

Como foi trabalhar com Lori Petty em The Poker House, especialmente sendo a história autobiográfica para ela?
Foi incrível! Lori é tão fantástica! Ela é tanto uma maravilhosa diretora como pessoa. Eu nunca fiz um personagem que estava na sala, me assistindo atuar. Foi uma história desolada, e quanto mais eu aprendi a amar a Lori, mais intensa se tornava a carga emocional das cenas.

O que te transmitiu o personagem de Tiffany quando você leu o script de O Lado Bom da Vida?
Eu adorei o que ela diz ao personagem do Bradley Cooper e isso me ensinou muito quando estava lendo o roteiro. Eu adoro como ela diz a ele: “Você não será sempre capaz de consertar a si mesmo, mas sim de gostar de si mesmo.” Ela o ensina a aceitar certas coisas sobre si e eu amei isso. Amei sua força e suas fraquezas, mas sua força é aceitar suas fraquezas. E eu também sempre quis trabalhar com David O. Russel. Havia alguma coisa sobre ela, e eu acho que é provavelmente a mesma coisa que faz os públicos caírem de amor pela personagem.

O que fez você decidir fazer uma audição via Skype e realmente lutar pelo papel?
Eu nunca havia feito isso antes. Eu ouvi que seria o David O. Russell e fiquei tipo, “Isso aí!”. Então, eu li o roteiro e me apaixonei. Nós sabemos que ele é um diretor brilhante, assim como também um inacreditável escritor, mas eles não queriam me contratar porque eu era muito jovem. Ele estava indo conversar comigo no Skype e eu fiquei “Bem, acho que devo aprender a como usar o Skype”. Tive que lutar pelo Inverno da Alma também. Quando é o certo, você tem que lutar por isso.

Uma vez que ele é alguém na qual você sempre quis trabalhar junto, como foi trabalhar com David O. Russell?
Até hoje, essa foi provavelmente a melhor experiência da minha vida por causa da paixão e espontaneidade dele. É muito raro que alguém tão genial saiba se comunicar, e ele sabe. Um monte de pessoas tem ideias e histórias maravilhosas, mas não têm um jeito para se comunicar. Ele pode se comunicar técnica e emocionalmente e eu pude vê-lo se desdobrar em qualquer coisa que um ator precise. A maioria das minhas atuações favoritas dos meus atores favoritos, estão em seus filmes. Eu sempre quis trabalhar com ele só para ver como seria. Ele é também uma das mais calorosas, simpáticas e divertidas pessoas que eu já conheci em toda minha vida. Ele fez dessa experiência, a melhor.

Como foi trabalhar com atores como Bradley Cooper, Robert DeNiro e Jacki Weaver?
Foi incrível! Antes de voar para lá, eu fui conhecer o roteiro e encontrei com Bradley Cooper, Robert DeNiro e Jacki Weaver, que são maravilhosos atores. Mas depois, a segunda vez que você os vê, eles são as pessoas mais simpáticas, calorosas e normais possível. Durante o tempo que ficamos no set, eles eram muito normais, foi estranho.

O quão intimidante era contracenar com Robert DeNiro?
Hoje não é mais assim que eu me sinto. Eu nunca leio minhas falas até que eu entro em cena e não foi um bom dia para isso com um monologo de duas páginas. Eu estava focada em memorizar e tentar entrar no personagem por toda a manhã. Então, no momento em que realmente chegou a hora de fazer a cena, foi ótimo. Eu não tinha percebido até no meio do caminho do monologo que “Você é Robert DeNiro e eu estou gritando com você” porque eu estava muito ocupada tentando decorar. (minhas falas)

Por que você não lê suas cenas antes da hora?
Bom, começou por pura preguiça. Então minha amiga tinha acabado e disse: “Que cena você vai fazer amanhã?” eu estava tipo, “Não sei, isso é ruim? Chegará a um ponto da minha carreira onde eu deverei começar a decorar minhas falas para trabalhar?” E ela disse: “Bem, o que não está quebrado, não se conserta” Então, é isso aí. Eu não tenho um jeito para fazer nada, eu gosto de moldar para qualquer coisa que o diretor goste. E acho esse um jeito bem mais fácil de fazer quando não já tenho algo programado na cabeça e posso simplesmente atuar. E também, atuar é como conversar. Se você começa a pensar demais, não soa natural. Acho que eu não posso mudar isso.

David O. Russell disse que ele viu algumas semelhanças entre você e Tiffany. Você às vê?
Não, mas existe uma razão para eu me sentir passional sobre certos personagens. Às vezes é porque você enxerga um pouco de você neles e outras porque você vê absolutamente nada de você neles e acaba fascinada por ele como pessoa. Então, acho absolutamente possível que seja verdade.

Você sabia que havia essa atuação em você, com esse personagem?
Não. Você nunca sabe ao certo. É apenas uma das coisas que se desenvolvem. Começa com o ensaio, aí entra a colaboração com os outros atores, o diretor e o vestuário que tem uma parte enorme disso. Então simplesmente cresce.

Tem sido legal ouvir os comentários sobre como esse filme tem realmente ajudado as pessoas, em um nível pessoal, por seu significado subjetivo?
Claro! Nós esperávamos dentro do que podíamos, mas com qualquer filme, você nunca sabe se alguém irá assistir ou gostar, ou se importar. Então, apenas a ideia de que as pessoas gostaram e se importam, e que isso pode ajudar alguém por aí, é maravilhosa.

Por que você estava hesitante ao falar do papel de Katniss Everdeen em Jogos Vorazes?
Porque é realmente raro na sua vida dizer sim a algo e isso mudar completamente sua vida. Eu estava feliz com minha vida e não sei se eu queria mudar. Eu sempre tive esse futuro imaginário na minha mente onde eu seria uma mãe dona de casa que dirige uma minivan, minhas crianças seriam normais e eu teria a mesma família na qual eu cresci. Isso não se encaixa com entrar em uma franquia gigante. Então, eu tirei 3 dias e cada dia era uma resposta diferente. Eu finalmente falei para minha mãe. Eu só tinha feito filmes independentes antes e ela disse: “Todo o tempo as pessoas perguntam por que você não faz filmes de estúdio, você sempre diz que é porque você não liga sobre o tamanho do filme e sim sobre a história e o personagem. Mas você está sendo hipócrita porque agora você tem uma história e um personagem que ama, mas você não vai dizer sim por causa do tamanho dele.” Então, eu disse sim e nunca me arrependi. Eu esperava que fosse me arrepender, mas não até agora.

Como você se sente sobre ter tantas jovens mulheres olhando para você agora, desde que assumiu esse papel?
É emocionante! Realmente legal. E estou muito feliz por não ter uma vida secreta, pois seria bem estressante.

Como foi revisitar o personagem para o segundo filme, Em Chamas?
Se for possível, esse teve ainda menos preparação, eu disse “Eu já fiz isso antes”. Foi incrível porque era como voltar para o colégio. Nós tivemos um monte de gente da mesma equipe, e obviamente Josh (Hutcherson) e Liam (Hemsworth) estavam lá. Normalmente, quando eu faço um filme, estou conhecendo pessoas pela primeira vez, então foi maravilhoso ser capaz de ter o mesmo grupo. Foi muito divertido. E é um personagem que eu amo e uma história e mensagem que eu sou apaixonada, então não consegui enjoar dela. É um personagem bem difícil de se enjoar, aliás.

Quando você está atuando, você procura naturalmente ser capaz de chegar a qualquer emoção. Isso vem facilmente para você?
Eu acho, mas acredito que todo mundo tem isso. Eu não posso escrever, não posso tirar fotos. Eu sou uma péssima fotógrafa. Há pessoas que são muito visuais. Meu amigo pode escrever as mais bonitas músicas que você já ouviu na sua vida inteira, em 10 minutos. Eu nunca poderia fazer algo assim. Todo mundo tem seus dons. Por sorte, o meu é muito lucrativo.

Você vai continuar procurando fazer filmes independentes?
Eu continuo me vendo como uma atriz independente. Os únicos filmes de estúdio que eu fiz foram X-Men e Jogos Vorazes. Há um sentimento quanto você faz os independentes, quanto você está na sua vigésima hora extra e todo mundo também está, e todos estão congelando de frio e o único motivo que você está lá é pela paixão por essa coisinha que você ama e acredita, mas você nem mesmo sabe se alguém no mundo tem o mesmo sentimento sobre essa coisinha, e você não tem isso em um estúdio. Apesar de que você pode ter sentimentos diferentes com a comida melhor e trailers maiores.

Jodie Foster era uma atriz mirim que cresceu na frente de uma câmera. Como foi trabalhar com ela como sua diretora em Um Novo Despertar? O que você aprendeu com ela?
Foi maravilhoso! Ela realmente me deu muita esperança. Há muita gente que é famosa e são realmente legais, mas não normais. E eu a conheci e era como ela não tivesse ideia que era famosa. Ela é alguém que trabalha desde os dois anos, isso me deu muita esperança. Era como, “Ok, eu posso fazer isso. Eu sou uma pessoa normal”. Foi provavelmente o maior presente que ela poderia me dar. Mas ela também é brilhante, muito livre e obviamente dá ótimos conselhos de atuação. O que eu gosto de trabalhar com uma atriz como diretora é que ela não tem medo de atores. As pessoas tratam atores na ponta dos pés como se eles fossem poços de emoções, o que está provavelmente certo, mas eu sempre achei isso irritante porque eu cresci com esportistas e eu quero que alguém me diga quando estou fazendo errado. Isso é bem fácil. Ela era bem curta e direta sobre coisas assim, ela podia dizer “Fale mais alto. Faça isso” Eu gosto muito disso.

Você trabalhou com Anton Yelchin em Um Novo Despertar e Loucamente Apaixonados, e agora trabalhou com Bradley Cooper em O Lado Bom da Vida e Serena (nos cinemas em setembro). Como foi trabalhar com o mesmo ator em diferentes relacionamentos?
Foi maravilhoso. Aconteceu da mesma maneira. Nós fizemos um filme juntos e foi como “Isso foi maravilhoso! Precisamos fazer outro filme juntos!” Então, veio outro filme. Bradley e eu estávamos no set de O Lado Bom e eu estava ligada a um filme chamado Serena. Nós dois dissemos, “Isso foi realmente divertido! Precisamos fazer outra vez!”Eles estavam procurando por um papel masculino em Serena, eu disse “Você quer ler isso”?”. Então, alguns meses depois, ele estava no elenco. Agora, parece estranho fazer um filme sem ele.

E sobre o personagem de Ree em Inverno da Alma que fez você lutar pelo papel?
Eu amei esse filme, amei esse roteiro, amei a personagem. Roteiros realmente maravilhosos, infelizmente, muito raros. Era maravilhoso e eu sabia que isso não vinha sempre, então eu fui fazer audições em Los Angeles algumas vezes. Meu agente continuava ligando e dizendo que eles não achavam que eu parecia a correta. Eles mudaram o elenco para Nova York e eu fiquei com os olhos vermelhos, sem tomar banho ou lavar o rosto. Foi como, “Se eu não pareço correta agora, onde isso vai parar?” Eu fiquei por lá em Fevereiro e tinha ranho congelado na minha cara. Entrei e a audição durou duas horas.

Tiffany foi um desafio maior de atuação do que Ree, na qual você recebeu sua primeira nomeação ao Oscar fazendo?
Não, não necessariamente. Existem desafios diferentes para ambas. Inverno da Alma tinha um itinerário muito complicado. Foram 25 dias e estava congelando. Físicamente, era muito difíicl. Eu comia no Golden Corral todos os dias. Era nossa única provisão e eu estava ficando sem fôlego. Então, com O Lado Bom, a dança era a parte mais difícil. Também, o que eu amo nos filmes do David é que cada um de seus personagens tem sua própria história e eles são diferentes de todos que você já viu. Eu me lembro de ter acabado O Lado Bom e sentar no aeroporto pensando, “Oh Deus, eu estraguei tudo”. Eu podia voltar as cenas e escolhas que fiz e soava como uma pessoa muito bizarra que eu criei. Eu achei que era exagerado, mas então assisti ao filme inteiro e vi esse mundo que David criou, onde todos os personagens eram exagerados, nesse sentido maravilhoso.

Tiffany foi um personagem assustador de fazer?
Ela é um enigma. Ela é muito teimosa e egoísta, mas ao mesmo tempo é cheia de inseguranças. Para qualquer falha, ela tinha uma razão para justificar. Ela tinha um monte de partes diferentes de si mesma.

Como foi trabalhar com o diretor/escritor Guillermo Arriaga em Vidas que se Cruzam?
Quanto nós começamos a primeira vez, ele mal falava inglês, mas nós nos entendíamos completamente. Ele praticamente me adotou em sua família. Ele é maravilhoso e muito brilhante e um belo escritor. Escreveu 21 Gramas e Amores Brutos, que são filmes maravilhosos. E ele tinha Robert Elswit como diretor de fotografia e o filme era assombrosamente bonito. Nós gravamos no Novo México e alguns da fotografia estavam em outro mundo. Trabalhar com Guillermo foi maravilhoso porque eu senti como se nós ensinássemos coisas um ao outro. Era sua estreia como diretor e meu segundo filme, então nós estávamos totalmente sem pistas, descobrindo isso juntos.

Você vê um padrão nos tipos de papel que você fez ou que te atraem?
Eu acho que boas histórias seguem personagens realmente fortes. Eu me lembro da Jodie Foster me dizendo isso, um dia, eu estava olhando para trás e vendo um padrão nos filmes que estava fazendo e aquilo refletiria em algo que estava acontecendo na minha vida que eu não sabia exatamente o que era. E ainda não sei. Quando eu olho para trás agora, é como se eu fosse uma jovem muito responsável e agora me tornei uma viciada em sexo casual. Esperançosamente, mais alguns filmes poderão ajudar a me dar uma perspectiva melhor sobre o que está havendo na minha vida e o que significa.

De todos os personagens que você fez, qual chegou mais perto de como você realmente é?
Eu não sei. Eu acho que é perigoso comparar seus personagens a você, ou tentar fazer algo deles vir de você. Eu acho que é importante para eles ser uma pessoa diferente com identidade diferente. Tiffany não reage a nada do jeito que eu haveria reagido, e eu nunca seria capaz de fazer sequer metade das coisas que Ree e Katniss fizeram. Então, eu não sei. Eu não me sinto como se tivesse algo em comum com os personagens. Se outras pessoas dizem isso, como David O. Russell sempre me chama de teimosa e me diz que tenho isso em comum com a Tiffany, é preciso de outra pessoa para me indicar isso. Eu não sei realmente porque eu nunca me senti dessa maneira, pessoalmente, eu tenho um monte em comum com todos os meus personagens. Quando David escreveu a Tiffany, ele não tinha ideia de quem eu era. Uma das minhas partes favoritas de fazer um filme é criar a pessoa, bem do começo, e observa-la evoluir com o diretor, outros atores e as roupas. Eles meio que tomam forma.

Você tem algum interesse em dirigir?
Sim, eu adoraria dirigir. Eu queria dirigir desde que tinha 16 anos e vi Lori (Petty) fazendo. E eu fui sortuda o suficiente para trabalhar com alguns dos melhores diretores no mundo e espero ter aprendido algo com eles, mas eu não acho que estou pronta. Eu tento absorver e aprender o máximo que puder, mas não quero irritar ninguém.

Se você tivesse que dirigir um filme, como ele seria?
Seria como Quase Irmãos. Falo sério! Eu vi Quase Irmãos e disse, “Por que eu não dirigi isso?!”.

Você acha que é atraída por dramas obscuros?
Eu não sei. Eu espero que todo ator que faz um filme intenso e obscuro, não seja intenso e obscuro o tempo todo. Eu não sou. Quando eu era mais nova, adorava sitcons. Eu queria ser Lucille Ball. Eu amava todas as sitcoms. Eu adorava The Cosby Show. Mas, Lucille Ball era minha heroína. Isso não era verdade até que eu comecei a ler roteiros e gravitar por esses papéis. Eu estava fazendo audições para outras coisas, mas The Poker House foi o primeiro trabalho que fiz. Foi quanto eu senti que era isso que eu queria fazer e era apaixonada sobre. E eu estava em uma sitcom quando tinha 16 anos. Eu acho que há um milhão de lados diferentes nas pessoas, eu tenho um lado sério e intenso, eu acho, mas eu prefiro assistir Quase Irmãos.

Como você se sente indicada pela segunda vez, ao Oscar? Você está aproveitando mais dessa vez?
Eu acho que estou sim. Da primeira vez eu estava aterrorizada. Eu era muito nova na indústria e era minha apresentação ao negócio, o que foi terrível. Eu senti que nunca iria ter uma chance de aproveitar porque eu estava muito assustada. Agora, eu continuo assustada, mas conheço mais gente. E eu sei que se eu fiz isso da primeira vez e agora outra, posso fazer novamente. É uma honra inacreditável. A primeira indicação no foi realmente definida. Eu estou com medo de viver minha vida inteira assustada feito um Chiuaua. Não é minha zona de conforto, fazer filmes é onde eu pertenço. Eu não pertenço a um palco. Eu não devia ser ouvida, só falar. Então, quando estou fazendo filmes, fico realmente feliz. Isso é onde estou confortável, é o meu lar. Quando você me põe no tapete vermelho ou em um palco, eu viro a Jennifer Chiuaua, então temporada de premiação é sempre assustadora para mim.

5 de fevereiro de 2013 às 19:00
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