Estilista concede detalhes sobre os figurinos de “A Esperança” à MTV

Quem já leu A Esperança sabe que o último livro da série é mais sombrio que Jogos Vorazes e Em Chamas. E levando em consideração que o diretor Francis Lawrence está disposto a ser fiel à obra original de Suzanne Collins, o mesmo tende a acontecer com as adaptações cinematográficas.

Também vale lembrar que existem diversos fatores que contribuem para o storytelling de um filme (cenário, maquiagem, fotografia, figurino, entre outros). Sabendo disso, a MTV News conversou com um estilista da franquia, Christian Cordella, que acabou concedendo informações inéditas sobre o visual das sequências que estão por vir.

A entrevista, que foca em A Esperança – Parte 1, é interessantíssima. Nela, Cordella explica o motivo pelo qual você não deve esperar por figurinos exibicionistas. Confira o texto abaixo na íntegra, traduzido pela equipe do D13:

Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1: O motivo pelo qual você não deve esperar por figurinos exibicionistas

Christian Cordella, um estilista da franquia, concede à MTV News informações confidenciais sobre os visuais para as sequências que estão por vir.

Tradução por Gabriel Abernathy

O último livro da trilogia Jogos Vorazes, A Esperança, é bem mais frio que os dois anteriores. Considerando que este é o único sem uma luta televisionada até a morte visando entretenimento patrocinada pelo governo, já é uma grande proeza. Enquanto os dois primeiros filmes alternaram entre os decrépitos distritos, a esplendorosa Capital e os Jogos Vorazes uniformizados, o terceiro filme na série – o qual vai abranger a primeira metade de A Esperança – vai ocorrer na cidade subterrânea secreta do Distrito 13.

Christian Cordella, um estilista que trabalhou no primeiro filme, Jogos Vorazes, está trabalhando duro atualmente esboçando os figurinos que você verá em Katniss e no resto dos rebeldes que escaparam para o refúgio subterrâneo em A Esperança. Ele contou à MTV News que o visual dos figurinos do terceiro filme será muito mais suave.

“É no subterrâneo, então não vai haver muito desses vestidos exibicionistas,” ele disse. “As roupas no Distrito 13 são mais tênues, mais de natureza militar do que as vestimentas da Capital.”

Enquanto Cordella não trabalhou em Em Chamas – atualmente em cartaz -, ele trouxe as descrições de cada personagem de Suzanne Collins à vida no primeiro filme.

“No primeiro, eu trabalhei em praticamente tudo, desde o vestido em chamas ao traje dos Jogos Vorazes,” ele explicou. “Esperançosamente, eles condisseram com as expectativas dos espectadores. Essa é a esperança quando se aborda esses tipos de filmes.”

Um estilista trabalha em conjunto com o figurinista, diretor e produtores de um filme para moldar o visual do figurino de cada personagem. “É uma ferramenta; nós somos capazes de ajudar a construir uma ideia clara para o diretor, os produtores”, ele disse. “Muitas dessas pessoas precisam ver onde eles irão investir seu dinheiro, o que será feito com ele. Estilistas os ajudam a ter uma noção melhor que está acontecendo – que tipo de tecido, que tipo de design.”

Com um projeto como Jogos Vorazes, o estilista e figurinista são incumbidos de um trabalho aparentemente impossível de traduzir os elementos fantásticos da escrita para a realidade, algo que foi particularmente difícil de fazer com o primeiro filme.

“Com um filme como o primeiro, Jogos Vorazes, começa-se do zero,” Cordella nos contou. “No livro há coisas que realmente não fazem nenhum sentido realisticamente, porque com a fantasia da escrita, a mente pode ir a qualquer lugar. Então quando você tenta fazê-lo parecer real, você começa a compreender o que funciona e o que não.”

Traduzir um visual da página para a tela dá aos designers alguma porção de liberdade, mas há outras considerações também.”Você tem mais liberdade para experimentá-la com os personagens nas cenas,” ele disse, “mas você também está levando em conta quantas pessoas estão envolvidas no processo, o orçamento, o que você pode fazer. Então o que quer que você veja no filme no final é o melhor que nós podíamos ter feito na situação.”