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[Reportagens] Jogos Vorazes na FilmInk

Na última quarta-feira postamos aqui no D13 que a edição de março da revista australiana FilmInk fala sobre Jogos Vorazes em uma extensa e ótima matéria.

Como de hábito, a nossa equipe sempre vai atrás dos scans para que possamos traduzir a reportagem e postar aqui no site. O Australian Hunger Games Fans postou ontem os scans com exclusividade e você pode conferi-los ao clicar sobre as miniaturas abaixo. Nossa equipe correu para fazer a tradução da matéria, que já está feita e pode ser vista ainda neste post.

A matéria é bem interessante, pois foca bastante na atriz Jennifer Lawrence e no diretor Gary Ross. Além disso, a revista mostra divulga também uma reportagem com Josh Hutcherson, Woody Harrelson e Liam Hemsworth, atores que interpretam, respectivamente, Peeta, Haymitch e Gale na adaptação.

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Confira a ótima reportagem abaixo:

Uma questão de vida ou morte

Com o aguardado Jogos Vorazes, o diretor Gary Ross e a protagonista Jennifer Lawrence desafiam o destino – e a fúria de adolescentes no mundo inteiro – com uma adaptação de um dos livros mais amados recentemente.

“Meus filhos leram mesmo os livros,” revela o diretor de Jogos Vorazes, Gary Ross, à FilmInk no The Four Seasons Hotel em Beverly Hills. “Minha filha os devorou. Eles são assustadores e atraentes e viscerais e fascinantes. Então passou um tempo, e eu ouvi dizer que estavam fazendo um filme dele. Meu agente perguntou se eu estaria interessado. Lembro de quanto meus filhos gostaram disso, então li o livro. Assim que terminei, disse, ‘Preciso fazer isso’. Eu o busquei, porque havia vários outros diretores que queriam fazê-lo. Foi como uma corrida, foi divertido.”

Essa corrida significou que Gary Ross – o respeitado roteirista de Quero Ser Grande e Dave – Presidente Por Um Dia, e diretor de Pleasantville – A Vida Em Preto E Branco e Seabiscuit – Alma de Herói – tinha que metaforicamente derrotar pessoas como David Slade (Crepúsculo: Eclipse) e Sam Mendes (Beleza Americana, Foi Apenas Um Sonho) para tomar as rédeas de um dos filmes mais intensamente examinados do ano. Jogos Vorazes é a adaptação do primeiro livro da trilogia de sucesso de Suzanne Collins. Para os que não conhecem, a história de Collins (que continua com os livros, Em Chamas e A Esperança) é uma fantasia futurista que se passa em um mundo em que a América do Norte não existe mais. Em seu lugar está Panem, uma nação liderada como um Estado totalitário pelos ricos, a região central controlada pelo governo, a Capital. Cada ano, um garoto e uma garota, entre doze e dezoito anos, de cada um dos doze distritos que a cercam, é selecionado aleatoriamente para competir nos Jogos Vorazes. Pense em Big Brother encontra Survivor, enquanto os participantes lutam até a morte em frente a milhões de espectadores.

Os livros atraíram muitos leitores jovens, e não surpreendentemente, a imprensa foi rápida em rotular a versão cinematográfica de Jogos Vorazes como a nova Saga Crepúsculo. Seria isso pura preguiça? “Eu não chamaria de preguiça,” responde Ross sem hesitar. “Primeiro, Jogos Vorazes também envolve um triângulo amoroso entre dois garotos e uma garota, então de forma simplista, eles fazem comparações. Entretanto, mais do que qualquer coisa, desde Harry Potter, as pessoas tem comparado essas franquias de livros, especialmente agora que houveram três em sequência que foram muito grandes. Harry Potter realmente traçou o caminho. Todos nós temos uma dívida a pagar a J.K. Rowling. Há agora uma geração de crianças que está descobrindo filmes por meio de livros. Isso não é maravilhoso? Isso não acontecia antes. Então quando eles terminaram Harry Potter, agora é, ‘Qual é o próximo?’ Há uma geração de leitores sendo atraída para uma literatura mais extensa.”

Quando a FilmInk pergunta ao afável e agradavelmente sincero Ross se ele está sentindo alguma pressão às vésperas do lançamento de Jogos Vorazes, o diretor dá uma risada maliciosa, “Sabe o que é pressão? Pressão é quando ninguém ouviu falar de você,” ele sorri abertamente, “e você investiu um ano da sua vida em um filme e está esperando que ele faça sucesso com as pessoas. Pressão foi passar três anos em Pleasantville e esperar que essa coisa original que eu tinha feito encontrasse um público ou fosse lembrada. Então isso na verdade é muito legal. Fomos fiéis ao livro, mas o filme te dá uma experiência cinematográfica muito rica que honra o que é o livro.”

Por sua influência e posição, Ross ficou mais do que feliz por ter Suzanne Collins envolvida no filme, e a autora compartilha o crédito do roteiro com ele e o co-escritor Billy Ray (O Preço de Uma Verdade e Quebra de Confiança). “A maioria do trabalho com Suzanne aconteceu no último rascunho do roteiro,” explica Ross. “Eu escrevi um rascunho, do qual Suzanne gostou. Então ela veio à Califórnia e me deu umas ideias. Tivemos uma discussão muito boa no meu escritório. Realmente gostamos um do outro, e gostamos muito da conversa. Como resultado, eu disse, ‘Olha, isso é tão bom, por que você está me dando só notas? Vamos fazer juntos!’ Antes de percebermos, estávamos realmente trabalhando sem saber que estávamos trabalhando. Eu não tinha feito isso desde Quero Ser Grande quando trabalhei com [a co-escritora] Anne Spielberg. Foi divertido ter outra vez alguém na sala que é uma verdadeira companheira com que eu podia escrever. Isso levou a um processo que foi muito orgânico, e fizemos o último rascunho juntos.”

Ela foi preciosista de algum modo? “Não, chocante, não,” ri Ross. “Eu às vezes ia com cuidado, e ela dizia, ‘Gary, essa é a adaptação cinematográfica. Algumas coisas funcionam e outras não.’ Suzanne foi escritora de televisão, então ela entende como algumas coisas funcionam melhor cinematograficamente. Quando estávamos filmando, eu acrescentei duas cenas envolvendo o Presidente Snow de Donald Sutherland que não estavam no livro, e ela amou essas cenas. Havia uma parte dela que eu acho que na verdade ficou mais empolgada com as adições e as mudanças porque elas eram novas e excitantes para ela. Não foi nada difícil nisso.”

Os livros de Suzanne Collins tem um lado muito mais sombrio e violento do que os de suas colegas literárias, J.K. Rowling e Stephenie Meyer, apesar de serem direcionados a um público jovem. “Eu li sobre o circo romano,” diz Ross sobre a preparação para o filme. “Durou 900 anos, e no fim, eles matavam centenas de pessoas por dia, junto com elefantes e hipopótamos. O espetáculo de sangue ficou mais e mais lúgubre enquanto a sociedade decaía cada vez mais. Para Suzanne Collins, era isso o que realmente eram os Jogos Vorazes – mais próximos do espetáculo romano do que qualquer coisa.”

Apesar desses paralelos, e o fato de o filme essencialmente mostrar um grupo de crianças tentando matar umas as outras, Ross não sentiu a necessidade de usar garrafas extras de sangue falso para fazer funcionar. “Você não precisa ser gráfico ou fetichista com a violência,” diz o diretor. “Não estou interessado nisso, se isso não tiver outra razão além de te tirar da perspectiva da personagem. É uma experiência em primeira pessoa muito subjetiva, e eu tive que me fazer algumas perguntas simples: Qual a qualidade do livro que devo destacar? Qual foi a minha experiência lendo o livro? E como eu posso refletir isso com mais precisão? Para mim, o livro era principalmente estar na pele de Katniss.”

Ah sim, a tão amada e idolatrada Katniss Everdeen. A torturada, forte, e altamente resiliente heroína do livro, Katniss cuida de sua mãe e irmã mais nova, Primrose. Quando sua irmã é inesperadamente escolhida para competir nos Jogos Vorazes, Katniss se voluntaria para ir em seu lugar, indo para uma aventura violenta e de partir o coração que ela jamais imaginou. O livro se desenvolve completamente por seus olhos, o que deu a Gary Ross inúmeros desafios. “O que essa percepção subjetiva significa cinematograficamente?” ele pergunta. “Para mim, significa limitar a informação à percepção que aquela personagem tem, para que o público sinta as mesmas coisas que ela. Não é necessário mostrar esse espectro de violência para manter o que Katniss sente nesses jogos. Se ficasse lúgubre ou gratuito, eu te tiraria da perspectiva subjetiva. Poderia ser espalhafatoso e distanciar o público, quando o que eu realmente preciso é que você esteja na pele de Katniss Everdeen.”

Isso, é claro, significou que encontrar a atriz certa para interpretar Katniss seria de importância vital. Apesar de um número de jovens artistas (destacando Chloë Moretz, brilhando no filme de ação baseado em quadrinhos, Kick-Ass) estarem na disputa para esse papel, a atriz finalmente selecionada para carregar o icônico arco e flecha de Katniss Everdeen foi Jennifer Lawrence, a estrela indicada ao Oscar do aclamado indie Inverno da Alma, que virou cabeças com sua transformação impressionante e de corpo inteiro em Ree Dolly, uma obstinada adolescente do Missouri que vai em uma odisséia arriscada para proteger sua família. “Quando vi Inverno da Alma, tive certeza de que essa era a garota,” diz Gary Ross. “Quando a conheci, tive mais certeza, e aí quando ela fez a audição, não havia nenhuma dúvida em minha mente. Na verdade, se não fosse por Jen, não sei o que teria feito. Eu não tinha uma segunda opção. Alguém como Jennifer Lawrence só surge uma vez por geração. Ela é assim tão única e especial.”

Gary Ross certamente está qualificado para dar tal declaração, depois de ter trabalhado com uma seleção dos melhores atores do mundo – Joan Allen, William H. Macy, Jeff Bridges, Reese Witherspoon, Tobey Maguire, Stanley Tucci e Tom Hanks. “Nunca conheci alguém com mais talento que Jen,” diz o diretor. “Você sabe quando vê um gênio, e atuar é uma coisa muito esquisita: ou você sabe ou não sabe. Você pode melhorar, mas se não souber, simplesmente não sabe. Nunca há um momento falso com Jen; nunca há algo do qual ela não tem controle; não há um ajuste que ela não possa fazer. Eu fui treinado por Stella Adler, que foi aluna de Stanislavsky. Stella sempre dizia, ‘Não é só ser sincero, também é sobre o tamanho. Você pode oferecer ao público uma visão de algo tão épico que eles não podem ter em suas vidas normais?’ E com Jen, é como observar o sol quando ela começa; há tanto poder emocional nela. Não sei de onde vem, porque ela é uma garota muito normal, divertida e maluca. Mas é notável ver e estar na presença dela. Me considero muito sortudo.”

A última vez que a FilmInk esteve com Jennifer Lawrence, ela era uma risonha garota de 19 anos. Sentada em um sofá no Edinburg Hotel, ela admirou Robert Pattinson, e declarou seu amor por todas as coisas de Hogwarts e Harry Potter. Isso, é claro, foi antes de Inverno da Alma invadir a temporada de 2011. 18 meses depois, e Lawrence está um pouco mais cínica do que era quando nos conhecemos. Pergunte-a como foi sua primeira temporada de Oscar, e a atriz contorce o rosto, “Foi estranho,” ela diz. “Foi incrível, porque eu não conseguia acreditar que estava realmente acontecendo – ainda não acredito. Essa não sou eu. Eu não visto roupas de 100 mil dólares. Eu ficava pensando, ‘Vou derramar algo nisso!’ Isso ou, ‘Tenho manchas de suor!’”

Para Lawrence, ser uma estrela de cinema não é como mostram em Entourage. Ninguém a contou que ficaria tão terrivelmente complicado. “Há muitas partes nesse trabalho que eu realmente não sabia que existiam quando eu estava só fazendo filmes independentes,” ela admite. “Eu achei que era só decorar minhas falas e atuar. Aí virou política. ‘Bem, se você usar esse vestido, então não poderá usar esse designer.’ Ou ‘Você quer usar esse vestido, mesmo que seja meio feio, porque vai deixar o designer feliz.’ Todas essas coisas estranhas.”

Hoje, Lawrence está usando uma jaqueta branca, uma camiseta cinza e calças pretas com botas no tornozelo com zíperes dourados na parte de trás. Ela conhece seu estilo, sem dúvida. “Eu não pago por nada disso, a propósito,” ela diz sinceramente. “Eu não posso pagar nada disso.” Sim, há algo que Lawrence ama nessa indústria do cinema: roupas grátis. “Mesmo que sejam feias, são de graça,” ela explica. “As roupas grátis são definitivamente ótimas.”

Sério, Lawrence é honesta a ponto de dizer que Hollywood é construída em vapor. “A parte glamorosa dura uns cinco minutos, e não parece realmente glamorosa,” ela diz [esqueça o fato que nos encontramos no sofisticado Soho Hotel de Londres, e que ela está escoltada por seu agente de publicidade]. Parece simplesmente um trabalho. Estar no set não é glamoroso. Você às vezes trabalha por 24 horas. Eu realmente não me sinto como o que vemos nos tablóides ou no E! News.”

Lawrence pode não se sentir uma estrela de cinema, mas isso não significa que ela não é vista como tal. Desde Inverno da Alma, ela trabalhou com Jodie Foster e Mel Gibson em Um Novo Despertar, interpretou a jovem transmorfa Mística em X-Men: Primeira Classe, e apareceu em um aclamado drama romântico, Like Crazy. Agora ela lidera uma potencial franquia em Jogos Vorazes. “É uma história que precisa ser contada,” diz Lawrence sobre o filme de subtexto pesado. “É sobre humanidade, e nos faz ver a humanidade de uma maneira real. A humanidade está ficando insensível. Podemos assistir o fim de um casamento na televisão, e é considerado entretenimento. Estamos mais obcecados com fofocas e coisas ruins acontecendo, do que coisas boas, animadoras.” E no mundo de Jogos Vorazes? “Não é tão distante assim,” Lawrence suspira.

Com uma base de fãs tão feroz, Gary Ross sabia que o filme seria colocado no microscópio, e que a primeira coisa a ser examinada seria sua escolha do elenco, particularmente a de Jennifer Lawrence. “Você precisa se agradar em seu trabalho,” diz o diretos. “Não há outra maneira, eu sabia que Jennifer eventualmente seria aceita por todos. Ela é a Katniss perfeita. Mas o fato de as pessoas terem suposições pessoais tão fortes sobre quem os personagens deveriam ser só diz o quanto o trabalho de Suzanne Collins foi bom. O fato que todos tem uma relação tão pessoal sobre ele, é muito legal. Como eles, eu tenho que seguir minhas próprias convicções, porque é a única forma de ser um diretor. É tudo o que você tem.”

Jennifer Lawrence estava mais do que ciente da pressão. “É uma personagem tão icônica, e havia muita pressão vindo de mim mesma, porque eu sou fã,” ela diz. “Eu era minha pior inimiga.” Lawrence conta que amou os livros, muito antes de conseguir o papel. “Sou uma dos fãs,” ela diz. “Todos nós éramos. Nunca senti que houve guerra entre os fãs do livro e o filme. Todos nós queríamos a mesma coisa. Todos nós queríamos que o que amamos do livro fosse mostrado no filme, e todos nós tentamos isso.” Só agora que ela começou a fazer a divulgação, ela diz, que soube que alguns fãs “ficaram furiosos” com sua escolha, porque ela era loira. “Eu fiquei tipo, ‘Ora, isso é burrice – só vou pintar o cabelo!’ Mas além disso, sinto que todos nós nos unificamos em amar esses livros e querer que o filme seja tão bom quanto.”

Diferente dos “colegas” co-estrelas de Lawrence, Josh Hutcherson e Liam Hemsworth, que interpretam dois rapazes também envolvidos nos Jogos Vorazes, a atriz não passou tempo na academia se preparando. Ela não precisava. “Se há uma cena minha subindo uma montanha correndo, foi isso que filmamos o dia todo – eu subindo uma montanha correndo.” Ela pode não ser esportista (“Gosto de fingir que sou,” ela diz), mas ela ficou em forma por padrão. “Com todo o treinamento, foi difícil manter o peso para a continuidade. Eu comi um monte durante o filme… não me entendam mal! Qualquer foto que você vir do set, estou provavelmente comendo.”

Essa é outra coisa que faz de Lawrence tão agradável: ela não é uma estrela anoréxica obcecada por um tamanho 36, mas tem um físico saudável. “É tão estranho ver em Hollywood o quanto essas mulheres são magras, e isso pressiona garotas mais novas,” ela diz. “Lembro de estar na escola, e as garotas fazendo dietas extremas. É simplesmente esquisito, e não é saudável. Isso não é bonito. Ninguém escreve sobre o quão ótimo é ser magrela. Eles sempre escrevem, ‘Quando essa loucura vai acabar?’”

Quando ela era adolescente, Lawrence não ficou por perto para ver como seus colegas se saíram. Criada em Louisville, Kentucky, onde seus pais mantinham um acampamento para crianças, ela “saiu da escola” quando tinha 14 anos, depois de implorar para sua mãe e pai para deixarem-na ir a Nova York e fazer audições. “Meus pais não iam me deixar fazer isso,” ela explica. “Eu implorei e meus irmãos ajudaram. Eles disseram, ‘Ela foi para todos os jogos de baseball e futebol. Esse é o campo de baseball dela agora. Vocês tem que fazer isso.’ Foi estranho… Eu achei que eles não gostavam de mim!”

Atuar sempre foi natural para ela, ela diz. “Eu sempre fui atriz; nós só não sabíamos,” Lawrence sorri. “Eu sempre fazia shows e interpretava na frente dos meus pais ou na aula, e sendo expulsa de sala.” Morar no Kentucky, entretanto, significou que nunca pareceu uma realidade – até que ela foi para Nova York e entrou em uma agência de modelos para assinar contrato. “Eu disse à mulher que queria ser atriz, e ela disse, ‘Essa é uma agência de modelos. Você vai ter que escolher entre ser uma supermodelo e uma atriz faminta.’ Eu escolhi atriz faminta.”

Isso não durou. Lawrence ganhou seu primeiro papel no filme para TV Company Town, quando tinha apenas 15 anos. Mais televisão veio a seguir, mas em dois anos, ela foi escalada em Vidas Que Se Cruzam de Guillermo Arriaga, junto com Kim Basinger e Charlize Theron. Quando o filme estreou no Festival de Cinema de Veneza, Lawrence ganhou o prêmio de Iniciante Mais Promissora – um título que parece mais e mais certeiro a cada mês que passa. Ainda assim, ela se recusa a ser precoce e proclamar sabedoria além de sua idade. “A maturidade é saber o quão jovem você é,” ela diz. “Só tenho 21 anos, então ainda não penso em mim como adulta.”

Suas escolhas podem sugerir o contrário, já que Lawrence tem evitado sistematicamente filminhos adolescentes. Já a caminho estão House At The End Of the Street, um thriller de suspense “Hitchcokiano”, que será seguido por The Silver Linings Playbook, o novo filme de David O. Russell, de O Vencedor, no qual ela interpreta uma viciada em sexo em recuperação, junto com Bradley Cooper e Robert De Niro. Quando a FilmInk perguntou se ela achou o notório David O. Russell maluco, Lawrence ri. “Todo mundo diz isso, mas ele me lembra muito eu mesma. Isso me preocupa! Ele é quem é, e realmente não se importa com isso. Mas ele é um gênio.”

Aí há Em Chamas e A Esperança, o segundo e terceiro livros da trilogia Jogos Vorazes. Lawrence assinou contrato e “definitivamente” quer estar envolvida. Mas ela está preocupada com o que vai acontecer com sua vida, e como ela será agora instantaneamente reconhecida em todos os lugares que for? “Não acho que você deva se preocupar,” responde a atriz. “Você cruza os dedos, e espera o melhor. Eu nem gosto tanto assim de sair. Sou caseira.”

Agora, um encontro com Lawrence sugere uma jovem mulher na divisa – pega entre a risonha adolescente que a FilmInk conheceu em Edimburgo, e uma direcionada a uma carreira sensacional. “Eu realmente não me sinto como uma indicada ao Oscar ou coisa assim,” diz Lawrence. Ainda assim, como Katniss Everdeen, ela foi jogada em uma arena mortal, apenas uma onde os sapatos são mais dolorosos. É muita pressão para ombros tão jovens. “Acho que sinto que devo ser mais madura,” ela suspira. “Não posso ignorar os paparazzi ou coisa assim, o que sempre foi meu sonho!” Essa é a Lawrence que conhecemos!

Como a animada Jennifer Lawrence, Gary Ross também está pronto para entrar de novo na batalha quando vier a sequência de Jogos Vorazes, Em Chamas, que está atualmente tendo seu roteiro feito por Simon Beaufoy (Quem Quer Ser Um Milionário?, Ou Tudo, Ou Nada) enquanto Ross completa a pós-produção do primeiro filme. “Vou trabalhar com Simon,” diz o diretor. “Ele é um ótimo escritor.” Ross ficou preocupado que não pudesse fazer o segundo filme de Jogos Vorazes, como a diretora Catherine Hardwicke notoriamente experimentou com Crepúsculo? “Foi um processo evolutivo,” ele responde. “Eles viram como estava indo o filme, e perguntaram se eu estava interessado em fazer o segundo… não houve um momento particular. Foi uma conversa constante que evoluiu para uma suposição que evoluiu para um contrato oficial. Ficamos todos felizes com a maneira que ia o filme, e essa obviamente é uma via de mão dupla.”

Com Jogos Vorazes – e talvez suas duas sequências – Gary Ross está mais do que feliz de estar dirigindo isso. “A razão pela qual as crianças vão rumo a esses livros é porque eles são sobre o esforço de se manter humano e vulnerável e decente e ético e se ligar a outras pessoas em um mundo onde você precisa lutar para sobreviver,” diz o diretor. “É por isso que é tão popular. Há milhões de coisas tão distópicas e sombrias quanto, mas elas não tiveram o sucesso dos livros de Suzanne. Então por que isso teve sucesso? É por causa da jornada de Katniss e sua humanidade e como ela luta para se manter assim. Isso não quer dizer que o filme exagera em algo ou que é meloso. Jogos Vorazes tem um lado muito mais pesado do que qualquer coisa que eu tenha feito antes, mas pude encontrar esse fio emocional. Esse filme diz que a esperança é mais forte do que o medo. A ideia que você pode sobreviver e que você pode vencer é o grande objetivo.”

Um nobre herói

O jovem ator Josh Hutcherson consegue seu papel dos sonhos como o guerreiro gente boa de Jogos Vorazes, Peeta Mellark

“Oh cara, não estou pronto,” ri Josh Hutcherson de 19 anos quando a FilmInk pergunta se eles está preparado para se tornar um nome conhecido. Ele pode não estar pronto para isso, mas como o nobre e de bom coração Peeta Mellark [o aliado antigo e de amor totalmente não-recíproco pela heroína de Katniss Everdeen, Katniss Everdeen], Hutcherson é um jogador muito importante em Jogos Vorazes. “Ele é um garoto inacreditável,” diz o diretor Gary Ross, “Ele tem uma facilidade, esperteza e naturalidade de Jack Lemmon que você nunca vê o trabalho, você nunca vê esforço no que ele faz.”

Para Hutcherson, Jogos Vorazes foi como um presente. “Eu me liguei imediatamente a Peeta,” diz o ator. “Havia muitas coisas nas quais eu acredito e quem eu sou como pessoa que eu vi em Peeta; essa ideia de que você não pode deixar as circunstâncias te mudarem, e que você tem que simplesmente ser sincero com você mesmo não importa o que houver. Eu gosto do humor auto-depreciativo dele. Ele é muito bom com as pessoas, que é como fui criado. Me liguei muito a ele.”

Apesar de suas semelhanças, Hutcherson teve que passar por uma grande mudança física para interpretar Peeta, ficando em forma com horas de academia, e tingir seu cabelo naturalmente castanho de loiro. “Loiros se divertem muito mais,” ri Hutcherson quando a FilmInk faz a pergunta óbvia. “Eu era loiro quando pequeno; eu tinha pontas claras nos anos 90, o que era o divertido de se fazer na época, como se você fosse de uma boy band. Como ator, uma das melhores partes do trabalho é quando você pode entrar fundo no personagem, e com Peeta, pude fazer isso.”

Diferentemente da maioria de seus filmes anteriores (Minhas Mães e Meu Pai, O Efeito da Fúria), Jogos Vorazes foi tema de muitas discussões antes e durante as filmagens. Como ele lidou com isso? “A ignorância é uma benção,” Hutcherson ri. “Eu não uso muito a internet. Não estou no Facebook ou Twitter ou coisa assim. Só pesquiso no Google quando tenho alguma dúvida, ou fico online para ver horários de cinema. Mas para mim, mostra a paixão deles pela história e o amor deles pelos personagens, então, sendo assim, eu admiro mais do que sinto medo disso.”

Com Jogos Vorazes transbordando de subtexto sobre a sociedade de hoje obcecada por violência e para onde ela deve ir, o set, não é surpresa, estava cheio de discussões. “Tive muitas conversas sobre vida e sociedade e o significado de tudo isso,” conta Hutcherson. “A sociedade agora está em um lugar realmente interessante; não estou dizendo que é necessariamente bom ou ruim – só sinto que agora, mais do que nunca, as pessoas sentem que tem sua própria voz. O poder do indivíduo está ficando mais forte, então você vê coisas como Occupy Wall Street e Occupy LA, onde as pessoas se juntam para defender o que acham que é certo. Esse filme é um tributo a isso de certa forma. É sobre um grupo de pessoas enfrentando algo tão grande que parece que não há nada que possam fazer contra. É incrível o que às vezes um grupo de pessoas com uma certa ideia consegue.”

Homem de Ação

Ator australiano em ascensão, Liam Hemsworth está escalado para explodir a estratosfera de Hollywood como o garoto pensativo de Jogos Vorazes, Gale Hawthorne.

Quando se tem um super-herói na família, é natural pedir conselhos a ele. “Mas não foi exatamente o que eu esperava ouvir,” ri Liam Hemsworth, falando sobre a mensagem que recebeu de seu irmão mais velho, Chris, a estrela musculosa de Thor, da Marvel. “Chris me mandou uma mensagem dizendo, ‘Ei, gordinho, perca peso. Chama-se Jogos Vorazes, não Jogos da Comida.’” Mas foi um bom conselho, e Hemsworth passou as próximas quatro semanas perdendo quilos para interpretar Gale Hawthorne de Jogos Vorazes, um habilidoso homem do campo e amigo próximo de Katniss Everdeen. “Treinei por cerca de uma hora por dia na academia, não tanto para ganhar músculos, mas para queimar as gorduras. Eu estava focado em perder peso e comer bem menos. Eu não queria parecer em forma, era para parecer faminto. E acredite, eu estava faminto – ao ponto de ficar emburrado.”

Jogado contra centenas de outros atores pelo papel, Hemsworth (a quem o diretor Gary Ross chama de “um ator realmente interessante, ótimo”) não tinha sentido esse tanto de competição desde a audição para Thor, onde seu principal rival foi Chris. “Fiquei feliz que Chris conseguiu o papel e não outra pessoa,” diz Hemsworth. “Além disso, outras coisas boas vieram disso. Eu nunca teria feito A Última Música se não fosse assim,” ele diz, se referindo ao drama romântico que o apresentou à cantora/atriz Miley Cyrus, sua namorada na vida real nos últimos três anos. “Sérios, eu fiquei tão feliz por ele quanto ficaria por mim. Como irmãos, sempre estamos competindo, mas de uma boa maneira. Faz você querer ser melhor. E no fim do dia, tenho essa pessoa que tem muito mais experiência do que eu, para quem posso ligar a qualquer hora. Posso pedi-lo sempre que precisar, e isso deixa tudo muito mais fácil para mim.”

Além disso, todas as coisas boas vem para os que esperam, e a agenda de Liam tem estado cheia desde que sofreu o golpe de martelo que foi perder Thor. A seguir, ele vai estrelar Os Mercenários 2 com Sylvester Stallone, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger, seguido pelo drama indie AWOL, com a também australiana Teresa Palmer, e o drama Empire State, com Dwayne Johnson. Mas com Jogos Vorazes, Hemsworth está entrando em um novo território. Quando a FilmInk pergunta se ele está preparado para um estrelado estilo Robert Pattinson, o jovem ator sorri. “Veremos,” ele diz. “Na verdade, tento não pensar nessa parte. Quero que o filme se saia bem e que as pessoas gostem. No fim do dia, estou feliz em atuar. O que vem junto, vem junto. É o que é. Não há muito que se possa fazer quanto a isso, mas não vou ser eu que vou reclamar. Sou muito grato por estar onde estou. Se as pessoas ficam felizes em me conhecer, e se os fãs estão felizes, isso é ótimo. Não seríamos atores se não tivéssemos fãs, e eles são o que nos dá sucesso. Sempre sou grato por isso.”

O mentor

Em um filme cheio de jovens atores, o indicado Oscar, Woody Harrelson é um dos mais velhos.

“Ele é tão incrivelmente talentoso,” diz o diretor Gary Ross sobre Woody Harrelson. “Você já viu [o drama a ser lançado] Rampart? Oh, meu Deus. Ele é incrível. Ele nunca é duas vezes o mesmo personagem. É sempre um personagem muito diferente dele mesmo. Woody é um dos caras mais doces e afáveis do mundo, mas o policial durão que ele interpreta em Rampart é tão brutal e específico e honesto.”

O teatral, engraçado, estranhamente admirado de Jogos Vorazes Haymitch Abernathy – um campeão dos Jogos Vorazes que agora vive em uma sujeira mortal de álcool para afogar as memórias dolorosas de seu passado violento – é feito sob medida para Harrelson, um ator que sabe uma coisa ou outra sobre papéis que roubam a cena. Ele conhecia a popular série de livros de Suzanne Collins? “Eu tinha lido o primeiro livro, talvez o segundo, antes de concordar em fazê-lo,” responde Harrelson. “Mas eu me atraí primeiro por ele porque realmente queria trabalhar com Gary Ross. Eu realmente não sabia tanto sobre os livros, mas agora tendo lido, e tido a experiência de filmar o primeiro filme, não consigo imaginar não tê-lo feito.”

Para Harrelson – um vegan de longa data, ambientalista, praticante de yoga e entusiasta da meditação – aceitar o papel de Haymitch Abernathy também significa a recém-descoberta positividade do ator, que tem pago enormes dívidas. Ele recebeu uma indicação ao Oscar por O Mensageiro, e tem sido celebrado pela crítica por seu trabalho em O Defensor, Zumbilândia e o ainda inédito Rampart. “Eu geralmente digo sim para a vida agora,” diz Harrelson. “Sempre fui espontâneo dessa maneira e aberto assim, mas agora estou mais inclinado a dizer sim se alguém diz, ‘Vamos dirigir pelo litoral e escalar um penhasco no Big Sur’, or algo assim… Quero dizer ‘sim’ para a vida. Então essa é uma parte disso… essa melhoria na filosofia para mim. Então eu disse sim para Jogos Vorazes e estou feliz por ter dito porque realmente tem sido uma experiência ótima.”

Essa experiência também se refletiu em seus jovens colegas de elenco. “O personagem de Woody é nosso mentor no filme, então ele naturalmente assumiu um papel de mentor para nós,” diz Josh Hutcherson. “Não era muito sobre conselhos, mas mais sobre assisti-lo e sua facilidade em entrar e sair do personagem. Ele é tão tranquilo, e é como se ele nem estivesse tomando decisões, mas na verdade, ele está mesmo tomando um monte de decisões como ator. Esse é o sinal de um grande artista – alguém que consegue fazer essas escolhas sem que você perceba.”

17 de fevereiro de 2012 às 21:00
1
Comentários
  1. Débora Paulino disse:

    Entrevista maravilhosa!
    É muito bom ver o quanto os atores se dedicaram em deixar o filme perfeito, pra que realmete agradasse o público.
    Essa visão dos bastidores é ótima pra que nós fãs, nos ambientemos com o que está por vir. Algumas coisas podem vir diferentes, mas nem por isso deixaremos de amar esse elenco que se entregou tanto para fazer a franquia que amamos ficasse o mais próxima possível dos livros, para que nós gostássemos.

    Isso vai ser ótimo! Não vejo a hora!
    *-*

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