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[Entrevistas] Editora Scholastic entrevista a autora Suzanne Collins

Continuando com a seção que estreou no terceiro sábado do mês passado aqui no Distrito 13, a entrevista de hoje é um pouco mais especial. Não é de ninguém do elenco dos filmes de Jogos Vorazes ou de nenhum membro da produção, mas sim da criadora desse universo tão especial, Suzanne Collins.

Achamos interessante a ideia de uma entrevista concedida pela autora, uma vez que ela é bastante conhecida por não dar muitas ideias em relação aos seus livros; ela geralmente prefere que o leitor deixe a imaginação fluir.

O que não a impede de dar declarações bastante curiosas em relação à não só suas obras, mas a sua vida e a sua infância – que parece ser uma coisa do qual a autora tem grande interessante em comentar, afinal seu próximo livro aborda justamente esse assunto.

Confira traduzida pelo D13 a entrevista, realizada pela editora Scholastic, responsável pela edição da trilogia nos EUA:

Entrevista com a autora de Jogos Vorazes, Suzanne Collins

A autora de Jogos Vorazes diz que temos que cair na real sobre guerra, violência e TV.

Por Hannah Trierweiler Hudson

Seis anos atrás, um astuto público de professores e crianças se apaixonou por Crônicas do Subterrâneo, uma série estilo “País das Maravilhas” sobre um garoto chamado Gregor que descobre um universo mágico debaixo da cidade de Nova York. Agora o resto do mundo aprovou o modo cativante de contar histórias de Suzanne Collins, devorando sua trilogia distópica Jogos Vorazes.

Junto com o sucesso da série – sobre jovens em nos EUA pós-apocalípticos forçados a lutarem até a morte na televisão – vieram os inevitáveis desafios e discussões sobre com o que crianças podem lidar. Mas com a publicação de A Esperança, o terceiro e último título, Jogos Vorazes está mais popular do que nunca. Collins diz que não só as crianças podem lidar com os temas complicados dos livros, mas que precisamos falar com os alunos sobre violência, guerra, e a difícil busca pela “realidade” em nosso mundo saturado pela mídia.

Jogos Vorazes é muito popular entre meninos e meninas. Por que você acha que isso acontece?
Quando escrevo uma história, espero que atraia ambos. Mas talvez em sua forma mais simples, por ter uma protagonista feminina em uma história de gladiadores, que tradicionalmente tem homens. É uma escolha inesperada. Ou não sei, talvez a natureza futurística e sombria da história seja maior do que isso. Eu não me importaria com quem é o protagonista em uma boa história distópica. Entende o que quero dizer?

Qual foi a resposta mais memorável que você recebeu de professores e crianças?
Uma das coisas mais memoráveis que ouço é quando alguém me diz que meus livros fizeram um leitor relutante ler. Eles dizem, “Sabe, tem uma criança que nem tocava em livros e seus pais a acharam debaixo do cobertor com uma lanterna depois da hora de dormir, porque ela não conseguia esperar para saber o que aconteceria no próximo capítulo.” Essa é a melhor sensação. A ideia de que você pode ter contribuído para o gosto de uma criança por leitura.

Quem contribuiu para o seu amor pela leitura e escrita?
Na quinta e sexta série, eu fui à escola em uma sala aberta. E a professora de inglês, Srta. Vance, era maravilhosa. Nos dias chuvosos, ela levava quem estava interessado para um lado e lia histórias de Edgar Allan Poe para nós. Lembro de todos nós sentados de olhos arregalados enquanto ela lia O Coração Revelador ou A Máscara da Morte Rubra. Ela não achava que éramos muito novos para ouvi-las. E ficávamos maravilhados. Isso me impressionou muito.

Quem dera se todos nós conhecêssemos uma Srta. Vance! Como você convence os adultos que ficam mais preocupados com seus temas?
Acho que depende de como você os apresenta. Crianças aceitam qualquer número de coisas. As Crônicas do Subterrâneo – que eu escrevi para crianças da mesma idade que eu tinha quando Srta. Vance leu Edgar Allan Poe pra mim – fala de morte, perda e violência. O terceiro livro tem guerra biológica, o quarto tem genocídio, o quinto tem uma guerra bem gráfica. E eu imaginei se em algum momento isso seria um problema. Não para as crianças, mas para os pais ou escolas. E nunca pareceu ser. Acho que de alguma maneira, se você estava na jornada comigo desde o início, você evoluiu até lugares mais violentos e se preparou com o que ocorreu antes.

O que te atraiu para a escrita de ficção científica?
Contar uma história em um mundo futurístico te dá liberdade para explorar coisas que te incomodam atualmente. Então, no caso de Jogos Vorazes, problemas como a vasta discrepância de riquezas, o poder da televisão e como ela é usada para influenciar nossas vidas, a possibilidade de que o governo possa usar a fome como arma, e o mais importante pra mim, o problema da guerra.

Guerra parece ser um tema muito importante pra você.
Meu pai era da Força Aérea e também veterano do Vietnã. Ele estava no Vietnã quando eu tinha seis anos. Mas além disso, ele era doutor em ciência política, especialista militar, ele era muito bem educado. E ele falava sobre guerra conosco desde muito cedo. Era importante para ele que nós compreendêssemos as coisas, acho que por causa do que ele fez e pelo que ele passou.
Se você fosse a um campo de batalha com ele, você não ficava lá parado. Você ouviria o que levou àquela guerra e àquela batalha em particular, o que aconteceu lá, e qual foi o resultado. Não era do tipo, “Isso é um campo”. Era, “Aí está uma história”.

Como a guerra se liga à sua preocupação com a TV, especialmente reality shows?
Os Jogos Vorazes são um reality show. Um extremo, mas é o que são. E apesar de eu achar que alguns desses programas podem ser bem-sucedidos em níveis distintos, também há a empolgação do voyeur, ver pessoas sendo humilhadas ou chorando ou sofrendo fisicamente. E é isso que eu acho muito perturbador. Há um potencial de tirar a sensibilidade do público para que quando eles vejam tragédias reais nas notícias, não tenha o impacto que deveria. Tudo se mescla em um só programa. E eu acho muito importante, não só para jovens, mas para adultos garantir que eles façam a distinção. Porque o jovem soldado morrendo no Iraque, isso não vai acabar no intervalo comercial. Não é algo fabricado, não é um jogo. É sua vida.

Como você acha que os professores podem ajudar crianças a serem mais conscientes quanto à mídia que consomem?
Bem, a primeira distinção é do que é real e o que não é. Eu escrevi para programas infantis por um longo tempo e crianças muito novas nem tem a capacidade de distinguir. Mas conforme as crianças crescem, você tem que se sentar com elas caso a caso e dizer, “Sabe, isso é um jogo, isso é inventado” e garantir que elas entendam. Aí, “Isso é filmagem de notícia, isso aconteceu de verdade”, para que as crianças entendam que alguém sendo votado para sair de um programa não é a mesma coisa que um tsunami.
Esse é um exemplo extremo, mas elas tem que saber que não são só coisas que acontecem nessa caixa e que está tudo contido e você pode ligar e desligar. Tem que saber que há vida real acontecendo e que ela não acaba quando começam os comerciais.

Televisão não é o único lugar onde crianças fazem essa distinção.
Sem dúvida. Há uma quantidade infinita de material na internet. E nos filmes. Crianças passam tanto tempo em telas, e isso é preocupante. Eu sei que posso me sentir sobrecarregada às vezes. Quando eu era criança, os jornais se destacavam como diferentes do resto da programação. E agora, você tem centenas de canais e coisas inumeráveis para clicar online. E eu imagino se tudo não começa a se parecer.

Você acha que crianças do mundo real tem as mesmas oportunidades de sua heroína Katniss para fazer uma diferença na sociedade?
O interessante de Katniss é que quando a história começa, ela não é muito ciente da política. Há coisas que ela sabe sobre seu mundo que são verdadeiras ou falsas. Mas ninguém nunca a educou nessa área. Não é do interesse da Capital que ela saiba tudo sobre política. E só há um canal de TV, que é completamente controlado pela Capital. Então ela luta para juntar as coisas enquanto passa pela série, e é bem difícil, porque ninguém parece achar interessante educá-la.
Então é interessante, porque mesmo que o caso dela seja extremo, acho que todos nós temos que descobrir o que está acontecendo. É difícil saber a verdade e colocá-la em uma maior perspectiva.

Você precisa fazer o trabalho.
Certo. E às vezes você não tem as ferramentas para o trabalho, porque não pode verificar o que está sendo apresentado a você. Você tem que confiar, ou pode desacreditar de tudo que vir na televisão ou online. Então você tem um trabalho difícil a fazer, antes de tudo, decidir no que acredita que seja verdade e o que representa claramente algo. E aí formar uma opinião sobre isso, e aí possivelmente agir com relação. É confuso e difícil.

É sim! Que conselho você tem para dar aos jovens escritores?
Muitas pessoas dizem aos escritores para escreverem sobre o que sabem. E esse é um bom conselho, porque te dá muito sobre o que falar. Mas eu sempre gosto de acrescentar que eles deveriam escrever sobre coisas que amam. E com isso quero dizer coisas que os fascinam ou os empolgam pessoalmente.
Jogos Vorazes está cheio de coisas que me intrigam; sabe, é uma distopia, tem crianças, gladiadores, é uma guerra, há mutações genéticas. Crônicas do Subterrâneo tem fantasia, animais, lutas com espadas. E se você escrever sobre coisas pelas quais você é apaixonado, é muito mais fácil escrever.

O que as crianças acham

Pedimos a alunos para falarem o que pensam sobre Jogos Vorazes.

Jogos Vorazes
“Eu nunca sabia o que ia acontecer a seguir nessa história sobre uma garota que de repente está lutando por sua vida em uma competição cruel. Mesmo que às vezes fosse intenso, a história fundamental era tão interessante que Jogos Vorazes agora é meu livro favorito.” – Madeline F., Camarillo, CA

Em Chamas
“A família de Katniss está em perigo, mas ela percebe que não pode parar a loucura que ela iniciou. Além disso, há uma nova mudança nos Jogos Vorazes. Em Chamas é cheio de surpresas, ação, e empolgação. Você não vai conseguir largar esse livro.” – Chloe F., Camarillo, CA

A Esperança
“Em A Esperança, Katniss tira a luta da arena. Ela se junta aos rebeldes do Distrito 13 para tentar unir os outros Distritos para derrubar a Capital. Foi um ótimo final para a série e provavelmente meu livro favorito dos três.” – Matt H., New York, NY

16 de fevereiro de 2013 às 16:00
2
Comentários
  1. Esther Fernandes disse:

    A Suzanne Collins é um gênio. Admiro o trabalho dela!

  2. mateus disse:

    ADorei a entrevista, estou para Em Chamas estreiar nos cinemas.
    😛

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