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Novas entrevistas do elenco para o site Collider

A semana mal começou e já temos toneladas de novidades. Uma delas é do site Collider que realizou entrevistas enormes com grande parte do elenco de Jogos Vorazes e com a produtora do filme, Nina Jacobson. Nelas, você pode conferir JenniferLawrence,atriz que interpreta Katniss e que durante a conversa falou sobre o Mall Tour; Elizabeth Banks que comenta de seu figurino para interpretar Effie, além de outros atores como Josh Hutcherson e Liam Hemsworth que dizem o que levaram de experiência por atuar na adaptação.

Você pode conferir todas elas abaixo, separadas por ator e devidamente traduzidas pela equipe do Distrito 13:

Jennifer Lawrence, Katniss

Depois de The Poker House, Inverno da Alma, e agora Jogos Vorazes, o que nesses personagens oprimidos atrai você?
Jennifer: Eu não sei. Antes que eu receba um roteiro, eu estou como, “Será que ela gosta da floresta? Será que ela tem irmãos mais novos?” Eu realmente não sei o que é. Jodie Foster me disse uma vez que, daqui a 20 anos, eu gostaria de olhar para trás em minha carreira e ver um padrão, e entender o que tinha a ver com minha vida. Agora, eu estou como, “Eu não sei.” Eu estou tão confusa quanto todos os outros.

Qual você acha que seja o aspecto mais desafiador de entrar no papel de Katniss?
Que ela já estava na mente de tantas pessoas diferentes. Normalmente, quando você está saindo com um filme, ninguém realmente viu o personagem antes. Você está apenas dando isso para eles. Eu estou interpretando um personagem que a maioria das pessoas já tiveram em sua mente, a ouviram falar em sua mente e a viram. Isso é uma coisa assustadora para entrar, sabendo que tanta gente já tem imagens ou uma ideia do que seu personagem é.

Você tem imagens preconcebidas e noções dela?
Sim, mas isso é só o que eu tenho. O que eu li e como eu a entendi e minha percepção e compreensão dela é o que eu retratei no seu ser, no filme.

Como tem sido fazer o mall tour e começar a ver os fãs?
Eu me senti como Justin Timberlake do NSYNC. Foi louco! Uma garota quase desmaiou. Mas, nunca é para mim. Sento-me entre os dois rapazes, quando estamos autografando. Liam (Hemsworth) está de um lado e Josh (Hutcherson) está do outro. Então, eles começam com Liam, e então ele fala com seu sotaque australiano e alguém desmaia. E então, eu mal tenho a chance de colocar meu nome no pôster antes de deslizá-lo para Josh, e eles estão como, “Oh, meu Deus, eu adorei você em…,” e eles estão chorando de novo. Eu estou como, “Está tudo bem. Eu me ferro. Quem sou eu?” Eu pratiquei o meu autógrafo por tanto tempo, e agora eu nem sequer comecei a usá-lo. Costumava haver um coração. Tirei o coração fora. Era estúpido.

Que tipo de treinamento você tem que passar para este papel?
Correndo, corrida livre, o que é para a agilidade, tiro com arco, escalada, combate e yoga. Mas, isso é tudo.

Como é a sua habilidade com escalada de árvores?
Boa, se eu tiver um arnês. (espécie de cinto de segurança para escalada).

Sabendo que esta é uma possível franquia, são essas coisas que você tem que manter, mesmo quando você não está em produção?
Quando você está em um filme chamado Jogos Vorazes e você não está trabalhando, você come. Tanto quanto os exercícios vão, eu gosto de ficar em forma relativamente boa de qualquer maneira, correndo e fazendo alguma coisa. É também para isso quando o treinamento vem junto, eu não tenho que começar do zero. Há uma manutenção relativa, que é apenas o cardiovascular ser capaz de suportar, principalmente.

Com tanto deste filme sendo do ponto de vista de Katniss, quantos dias de folga você teve durante a filmagem?
Nenhum. Por algum tempo, tive sábados e domingos, e então eu só tinha sábados.

Josh Hutcherson e Liam Hemsworth, Peeta e Gale respectivamente

Josh, que tipo de treinamento você teve que fazer para esse filme, que tenha sido diferente do que você teve que fazer para os filmes Viagem?
Fisicamente, para as partes de ação, foi bastante semelhante ao que eu já tinha feito antes. O que foi diferente foi que eu tive que ganhar peso para o papel. Eu nunca havia feito isso para um filme. Eu ganhei cerca de 7 quilos de músculo, isso foi comendo muito frango, e uma dieta de muita proteína e pouco carboidrato. Também fiz muito levantamento de peso e treinei com um ex-integrante do SEAL da Marinha dos EUA que queria me matar, toda vez que eu encontrava com ele, num bom sentido. Isso realmente ajudou bastante. Foi legal passar por esse tipo de transformação física.

Vocês dois estão ansiosos para a possível sequência, Em Chamas?
Josh: Ah, sim!
Liam: Com certeza, sim! Se nós pudermos fazer os outros, seria incrível.

Liam, como é interpretar um papel em que você terá muito mais para fazer, se houver uma sequência?
Liam: Sim, nesse momento, estou muito feliz de ser parte de algo tão especial. Como ator, eu escolho roteiros pelos quais eu sou apaixonado e que eu ache que são interessantes.

Você leu todos os livros, para que tivesse uma melhor noção do personagem?
Liam: Sim, eu li. Eu li todos os livros antes mesmo de conversar com alguém sobre o filme, e me tornei fã dos livros.

Josh, como foi interpretar um papel em que você não sabe certamente o quanto ele está sendo verdadeiro, e o quanto ele está apenas interpretando para o público?
Foi interessante porque, no livro, você tem o diálogo interno de Katniss para ajudar a entender que ela está confusa a respeito de Peeta, mas no filme, você não tem esse elemento. Você realmente tem que contar com a estrutura que a cena recebe, o diálogo e outras performances. Quando assisti ao filme, eu senti como se estivesse junto à Katniss, o tempo todo, como um espectador. Na minha opinião, isso veio de como foi editado. Não mostrou muito do Peeta. Mostrou apenas a interação de Katniss e Peeta juntos, então isso era tudo que você tinha para seguir. Então, os momentos em que você o vê com os tributos, correndo na floresta, quando Peeta faz parte dos Carreiristas, você fica tipo, “O que diabos está acontecendo? Isso não é o que eu pensei que fosse acontecer.” Para mim, foi feito mesmo, muito, com a estrutura do filme.

Foi difícil achar um equilíbrio entre fazer Peeta com os pés no chão, mas ainda assim bem motivado?
Josh: Sim, eu acho que isso veio com seu humor autodepreciativo. Aqueles que se tornam mais santos do que você normalmente não tentam ser engraçado, e eles levam a si mesmo muito a sério, o tempo todo. Peeta não se leva tão a sério. Ele fica tipo, “Isso é no que eu acredito. É o que eu sou, como pessoa. Estou confortável com isso, e eu posso fazer uma piada aqui e ali.” É aí que pode se tornar demais, em minha opinião.

Qual o encanto da combinação de ser o romântico protagonista e também ter cenas de ação?
Liam: Como ator, estou sempre procurando roteiros com os quais eu me identifique de algum jeito, e coisas que são diferentes e interessantes. Se combina romance e ação, então eu não estou perdendo nada. Eu tenho a chance de fazer tudo. Eu quero fazer tantas emoções diferentes, quantas eu posso. É um prazer poder fazer as duas, no mesmo filme.
Josh: Com ação, é divertido e legal de assistir. Sendo homem, esse é tipo de filme que eu quero ir ver, porque eu pratico muitos esportes e sou atlético, e é legal. Com o romance, isso é algo com que todos podem se identificar. Quando você tem a chance de interpretar um personagem que está apaixonado, é legal. Uma vez que você tenha amor como motivador em uma história, seu personagem está livre para fazer qualquer coisa. Uma vez que você diz que o personagem está apaixonado, ele pode fazer as coisas mais loucas que ninguém faria se não estivesse apaixonado. Uma vez que você está apaixonado, você tem a desculpa de ir e fazer o que quer que você queira. Quando você tem amor em uma história, isso te dá a liberdade de levar os personagens a lugares muito interessantes.

Você está preocupado com a enorme base de fãs dessas histórias e personagens?
Liam: Nós amamos fazer filmes. Nós entramos nesse campo para fazer filmes. No fim, independentemente de você estar fazendo um filme com orçamento enorme ou um filme com orçamento pequeno, você quer que o filme faça sucesso, e tenha pessoas assistindo. Essa é a questão, não é? Você quer colocar algum tipo de mensagem em seus filmes, e você quer que as pessoas assistam.
Josh: Quer aconteça em 10 anos, como acontece com tantas pessoas, ou com um grande filme de sucesso que o lança nesse mundo, quando você obtém sucesso como um ator, você se torna bem conhecido. No fim do jogo, é simplesmente parte do negócio.

Como foi trabalhar com Gary Ross como diretor?
Josh: Eu adoro o Gary.
Liam: Ele é maravilhoso. Eu sou fã dele desde A Vida em Preto e Branco. Eu adorei esse filme. Ele é um ótimo diretor para trabalhar porque ele é muito aberto e maníaco no set. Ele experimenta tudo que é possível e garante que tenha gravado de todos os diferentes ângulos. Ele é simplesmente um cara legal, energético, que mantém todos no chão e mantém o set vivo. Ele é aberto às suas ideias.

Josh: Ele é um escritor muito talentoso, para completar. Ele veio e trabalhou com a (autora) Suzanne (Collins), para levar o roteiro aonde precisava chegar. Muito do coração e alma do filme é o roteiro. Se é uma droga, o filme provavelmente vai ser uma droga também. Ele é um escritor tão talentoso, que ele consegue adicionar recursos diferentes, por exemplo, ter o comentarista (para explicar coisas), ao invés de ter diálogos expositivos. Eu acho que isso adicionou bastante ao filme também.

Ele te deu a liberdade de improvisar, ou você se manteve no roteiro?
Josh: Estava tão bem escrito. Havia espaço para improviso, mas não foi necessário.
Liam: Nós fizemos um pouco de improviso. O roteiro estava tão bom, que não precisamos fazer muito. Ele é uma pessoa aberta o suficiente para que você possa tentar coisas diferentes. Se não funcionava, nós tentávamos de outra maneira.

Como foi trabalhar com Woody Harrelson?
Josh: Woody é maravilhoso! Ele é ótimo. Ele é um daqueles caras que, às vezes quando ele está falando com você, você não tem certeza se ele está na Terra ou não. Mas então, você ouve realmente o que ele está dizendo e fica tipo, “Jesus, na verdade ele é extremamente esperto e inteligente e muito perceptivo, e realmente entende muita coisa.” Ele é um cara incrível. Também é uma ótima pessoa. As coisas que ele acredita e que ele defende são bem impressionantes.

20 anos atrás, Katniss provavelmente teria sido um personagem masculino, e os dois personagens masculinos teriam sido meninas. Como você se sente sobre essa mudança?
Liam: Eu acho que é ótimo. Eu acho que essa é uma grande parte do encanto desse livro também. Você tem uma jovem mulher corajosa, forte, que faz coisas inacreditáveis. Eu sou completamente a favor. Acho que é ótimo.
Josh: E, Jennifer está perfeita nesse papel. Ela é uma atriz maravilhosa, e é uma pessoa muito forte. Ter uma personagem que seja tão poderosa, como mulher, é simplesmente incrível.

O que cada um de vocês, pessoalmente, leva da experiência de fazer esse filme?
Liam: Todo trabalho que faço, eu aprendo mais. Poder trabalhar com uma atriz como a Jennifer (Lawrence) e um diretor como Gary (Ross), eu aprendi mais novamente. Todo trabalho, aprendo mais. Sou muito grato por estar onde estou, e por estar trabalhando e ocupado.
Josh: Toda experiência nesse filme foi muito divertida. Para mim, é ótimo ver que um filme que tem um assunto tão intenso, e uma dramática história de fundo tão intensa, ainda pode ser feito de um jeito divertido. Nós nos divertimos tanto no set. Trabalhando com pessoas maravilhosas, você continua a aprender a se desenvolver, como ator e como pessoa. Por mais que eu tenha aprendido sobre mim mesmo como ator, eu aprendi muito mais como pessoa, apenas ao trabalhar com pessoas ótimas, como Jennifer (Lawrence) e Woody (Harrelson) e Lenny (Kravitz), e todo mundo. Eles são pessoas muito boas mesmo. Foi uma experiência incrível.

Isabelle Fuhrman, Alexander Ludwig e Amandla Stenberg intérpretes de Clove, Cato e Rue

Todos vocês tinham lido os livros, antes de saberem do filme?
Isabelle: Sim!
Alexander: Tem um livro? Não. Com certeza! Nós todos éramos grandes fãs do livro.

Você tem personagens preferidos?
Isabelle: Sim, claro. Minhas preferidas são a Katniss e a Rue. Elas são tão amáveis e relacionáveis.

Como foi interpretar uma personagem que queria matá-las?
Isabelle: Bem, eu sempre digo que você deve amar seus personagens, então tive que reler o livro e aprender a amar uma personagem que é uma personagem realmente ruim, e então, a partir daí, descobrir quem ela era e o que a tornou tão terrível e tão mentalmente perturbada. E então, daí, eu apenas trabalhei bastante em cima disso.

Alexander, o que te atraiu para esse papel e quais tipos de treinamento você teve que fazer?
Alexander: Quando me ofereceram o papel do Cato, eu agarrei a oportunidade porque eu nunca tive realmente uma chance de interpretar um vilão, e isso é algo que eu sempre quis fazer. Eu queria ter a experiência desse lado realmente escuro de alguém, e o Cato é uma pessoal bastante, bastante perturbada. Nós trabalhamos muito mesmo. Fisicamente, eu queria que Cato tivesse uma presença física tão grande quanto a sua presença mental, no filme. Teve muito treinamento de luta pelos quais tivemos que passar. Eu trabalhei com um ex-integrante do SEAL da Marinha dos EUA para ganhar massa muscular. Eu fiz muito combate corpo a corpo.
Isabelle: Nós treinamos muito juntos. Ele usava uma espada e eu usava uma faca, então quando estávamos no treinamento, era meio que a mesma coisa, exceto pelo tamanho.

Isabelle, quão boa você ficou em arremessar facas?
Isabelle: Estou realmente boa nisso, o que eu não esperava nem um pouco. Foi interessante porque há muito mais física envolvida do que eu esperava, no começo. Eu não tenho um braço bom, então tive que começar arremessando bolas de tênis, e então gradualmente treinando até chegar a arremessar uma faca pesada em um quadro de alvos. Eu senti que estava fazendo bem. Eu ainda sei como fazer isso.
Alexander: Na verdade a Isabelle fez um trabalho maravilhoso. Ela trabalhou muito duro.
Isabelle: E o Alex fez um trabalho incrível com aquelas espadas. Foi uma loucura!

Amandla, você teve uma das cenas mais emocionantes no filme. Como foi isso para você?
Amandla: Foi um dia solene no set. Mas, Jennifer (Lawrence) é extremamente divertida, então toda vez que terminávamos uma tomada, ela ficava “Isso foi alegre! Adorei isso!” E então, todos começavam a rir. Ela manteve o clima leve.

Havia pegadinhas no set?
Amandla: Havia, de fato, pegadinhas.
Alexander: Amandla faz muitas pegadinhas. Eu lembro, um dia, eu estava fazendo uma cena de luta no set e estava praticando com alguns dos dublês. Na Carolina do Norte, durante a época que estávamos filmando, é tão quente que chega a ser nojento. Era como se você tivesse acabado de sair de um chuveiro de suor. Era nojento. Nunca tive tanto nojo. Então, eu tirei minha camiseta enquanto estávamos fazendo a cena da luta, e eu estava sem roupas então eu tive que correr para o meu trailer para buscar minhas roupas. Quando eu cheguei, todas minhas roupas tinham desaparecido. Eu não conseguia encontrá-las em lugar algum. Eu só encontrei um pequeno recado da Amandla e da Jackie Emerson, que interpreta Cara de Raposa. Eu fiquei tipo, “Ai meu Deus! O que elas fizeram?” Eu não tinha roupas. Eu estava de cueca, tentando achar todas as minhas roupas, e achei algumas delas na geladeira e algumas no micro-ondas. Foi ridículo! Essa foi uma das várias, várias coisas que Amandla fez para arruinar minha vida no set.
Isabelle: É, o Alex me fez mandar instruções para ele por mensagem. Ele não estava trabalhando por um final de semana. Era um final de semana de três dias que eles estavam apenas fazendo cenas com a Jen (Lawrence) e o Josh (Hutcherson). Ele me ligou e falou, “A bateria do meu celular vai acabar e eu preciso das instruções para chegar de Nashville a Scottsdale, no Arizona.” Então eu digitei as instruções e meus dedos estavam me matando. Eu as mandei e ele disse, “Eu também preciso de instruções de Scottsdale, no Arizona, para Little Rock, no Arkansas, e então para Boulder, no Colorado.” Eu fiquei tipo, “Você não vai chegar de volta em tempo.” Ele falou, “Nós vamos voltar de avião.” E eu fiquei, “Tudo bem, isso não parece verdade, mas que seja.”
Alexander: Ela passou meia hora, só digitando instruções por mensagem. Foi realmente muito engraçado.
Isabelle: Não foi engraçado para mim.
Alexander: Eu recebi uma redação enorme de instruções, que eram como, “vire à esquerda em uma estrada de terra e siga em frente até Little Rock, no Arkansas.” Foi muito engraçado!

Amandla, você realmente passou algum tempo em cima de árvores de verdade, ou eles fizeram algumas falsas para você?
Amandla: Eu passei tempo em árvores reais e árvores do estúdio. Eu tinha uns aparelhos de cordas para que eu não caísse, e na verdade foi muito engraçado. Teve uma vez que Jen (Lawrence) e eu estávamos na árvore, fazendo uma cena, estava difícil se manter lá em cima, porque você vai gradualmente escorregando. Eu achei um pequeno espaço na árvore onde eu podia sentar, para que eu não caísse. Era um pequeno buraco na árvore. Eu estava sentada lá e eles estavam prestes a gritar “ação!” e eu comecei a escorregar. Eu gritei bem alto, para que todo mundo pudesse ouvir, “Esperem, eu não consigo achar o buraco da minha bunda!” Resultou na Jen tirando sarro de mim por causa daquilo, pelo resto da semana.

Como que algum trabalho era feito no set, com todas essas piadas rolando?
Isabelle: Bem, nós éramos muito profissionais quando se tratava de filmar e fazer nosso trabalho. Mas, longe das câmeras e quando tínhamos intervalo, nós apenas brincávamos, nos divertindo. Foi, provavelmente, o melhor verão que eu já tive.

Você já teve alguma interação com fãs que estejam super empolgados com o filme?
Isabelle: No twitter, e com meus amigos. Todos os meus amigos leram o livro, e todos eles estavam tentando tirar informações de mim. Eu falava, “Não posso te contar!”
Alexander: Tem um fã que sempre sabe onde nós todos vamos estar, toda vez que estamos lá. Eu vou ao aeroporto, e lá está ele. Chegou a ponto de nós conhecermos um ao outro, até os primeiros nomes.  Eu estava tipo, “Ah, cara, como vai? Você me encontrou de novo! Eu deveria ligar para a polícia?” Mas, for a isso, todos os fãs têm nos dado muito apoio. Nós fizemos umas fotos para a Vanity Fair para Jogos Vorazes, e nós estávamos no set, e eu vi uma cabecinha aparecer em uma árvore. Eram três adolescentes que passaram sorrateiramente pela segurança e chegaram à floresta. Há coisas engraçadas com essas. Mas, no todo, é realmente lisonjeiro ter tanto apoio.
Isabelle: Minha mãe provavelmente está mais assustada do que eu estou. Agora ela está sempre nervosa agora se eu vou sair com meus amigos ou sozinha. Ela fica tipo, “Tome cuidado. Nunca se sabe.” E eu, “Estou bem. Eu sei arremessar facas agora! Eu sou a última com quem você tem que se preocupar”.

Isabelle, por que você decidiu criar sua própria história de fundo para sua personagem?
Foi apenas algo que eu fiz para o teste. Quando você lê o livro, ele é escrito pelo ponto de vista da Katniss e você realmente consegue saber quem Katniss é, e você entende certos personagens e partes deles, mas eu queria desenvolver e descobrir o espírito da Clove e de onde ela veio. Eu escrevi uma história de fundo de uma página e meia, e então falei com o Gary e a revisei para fazer Clove um pouco mais interessante. Eu escrevi que Clove teve uma relação realmente muito ruim com seus pais, que a pressionavam para estar nesses Jogos. Ela quer se mostrar para eles e chegar em casa e poder dizer, “Eu consegui, e eu consegui sem nenhuma ajuda de vocês.” Esse era meu ponto principal para que ela quisesse tanto ganhar. Ao mesmo tempo, eu mantive em mente que os fãs vão assistir a isso e eles precisam ficar felizes com isso. Estou realmente animada para ver como vai ser recebido.

Como é trabalhar com Gary Ross, como diretor?
Isabelle: Ele fez todos nós ficarmos muito confortáveis no set. Ele falava conosco sobre nossos personagens. Eu tive uma conversa ótima com ele sobre minha personagem, antes de começarmos a filmar, quando estávamos ensaiando. Ele estava sempre lá, sempre que tínhamos perguntas, ou tínhamos algo que quiséssemos adicionar ou perguntar. Ele falava conosco, como se ele fosse nossos personagens, então ele conseguia tirar expressões faciais da gente, e eram muito interessantes as expressões que fazíamos. E, ele tinha um megafone, e havia um alto-falante gigante no meio da Cornucópia para projetar o som, para que todos pudessem ouvi-lo.
Alexander: No fim do dia, tantas pessoas estavam apaixonadas por seus trabalhos. Logo que Gary gritava, “Ação!” todos entravam mutuamente no clima. Mesmo com todas as risadas e simpatia longe das câmeras, isso é o que fazemos da vida e essa é nossa paixão, e nós todos saímos. Todos sabiam que estando nisso, havia uma razão para termos sido escolhidos para isso, e nós tínhamos que fazer justiça aos fãs e a esse livro incrível.

Qual foi a melhor coisa que cada um de vocês aprendeu sobre si mesmo ao fazer esse filme?
Alexander: Essa é uma ótima pergunta. Por mim, interpretar um vilão, isso é uma mentalidade que você tem que trabalhar. Não é algo que simplesmente vem fácil. Quando interpreto “bonzinhos”, é muito mais natural para mim. Eu gosto de pensar que, um pouco, sou um bonzinho. Mas realmente leva muito trabalho, muita pesquisa e realmente criar uma história de fundo para seu personagem, especialmente se você está interpretando um vilão, para que você tenha algo em que se basear.
Isabelle: É, eu aprendi muito sobre meu trabalho. Eu aprendi bastante sobre o aspecto psicológico de interpretar uma personagem má. Eu já interpretei uma personagem má antes, mas má por razões completamente diferentes. Eu tive que descobrir quem ela era e de onde ela veio e quais circunstâncias ela teve que superar, que a tornaram tão perturbada.
Amandla: Eu acho que também aprendi sobre atuar. Também, Jen (Lawrence) se tornou uma mentora incrível para mim. Ela era alguém em quem eu podia me apoiar. Se eu tinha uma ideia diferente do Gary, ou de qualquer outra pessoa, sobre a cena, ela me explicava, e então ficava claro. Eu realmente aprendi sobre Rue e como, em sua grande cena, embora ela estivesse extremamente assustada, ela também estava tentando ser forte para Katniss, porque ela queria que Katniss seguisse em frente e ganhasse os Jogos. Então, isso se tornou algo que eu realmente entendi, eu realmente entrei na cena, depois disso.

Elizabeth Banks, Wes Bentley e Lenny Kravitz atores dos personagens Effie, Seneca e Cinna respectivamente

 O que atraiu vocês para este projeto e seus papéis? Vocês estavam familiarizados com os livros, antes que se envolvessem?
Elizabeth: Eu era uma enorme fã nerd dos livros. Eu li todos eles há muito tempo. Eu os li em capa dura, e eu estava na lista de espera da Amazon para (o último livro) A Esperança. Eu devorei esses livros. Eu adorei a escrita de Suzanne, amei a trilogia e amei a heroína. Eu amo Effie. Ela é cômica, e ela é o tipo exato de papel que eu gosto de representar, se você viu algo do meu trabalho. Foi muito divertido. E, eu estava tão animada quando era Gary Ross. Fizemos Alma de Herói juntos, e ele é um contador de histórias incrível. Eu sabia que ele trataria o material com tanto respeito quanto eu, sendo um fã, queria aquele que fizesse isso se realizar. E então, ele montou esse elenco incrível, começando com Jennifer Lawrence.
Lenny: Eu estava desinformado e não sabia sobre esse.
Elizabeth: Realmente não era um best-seller até muito recentemente.
Lenny: Gary realmente me chamou para me pedir para estar no filme, e eu tive que dizer, “Eu não sei o que é, então eu tenho que ler o livro.” Então, no dia seguinte eu baixei e li o livro, e o chamei de volta muito rapidamente.
Wes: Eu sabia sobre os livros, mas eu não tinha lido até que eles me ofereceram o papel.

Elizabeth, quão divertido foi desaparecer totalmente no personagem?
É muito divertido assistir a si mesmo desaparecer no filme todos os dias, e assistir Effie aparecer. Foi necessário uma transformação completa. Eu nunca soube quantos anos ela tinha, ao ler o livro. Ela poderia ter 30, ou ela poderia ter 100. Eu imagino que, no futuro, a expectativa de vida seja longa e eles usam essas loucas cirurgias plásticas. Quem diabos sabe o que está acontecendo? Então, eu realmente queria que ela fosse eterna. A verdadeira observação de Gary foi, “Eu imagino Joel Grey em Cabaret para o rosto.” Esse era o nosso ponto de partida, e por isso nós acabamos com a pele áspera e o mau gosto disso.

Como foi o processo de decidir sobre o visual para seus personagens?
Elizabeth: Eu estava no filme muito cedo e Judianna Makovsky, que fez os figurinos, fez Alma de Herói comigo também, então nós somos velhas amigas. Ela me chamou imediatamente e disse: “Venha para o estúdio. Eu quero te mostrar o que eu estou olhando.” Todos os meus figurinos são feitos à mão. Ela tem um desses manequins para mim, o que é estranho, em seu estúdio. Tinha placas de referência em toda a volta da sala, e foi ótimo. Nós olhamos para o Kabuki, uma porção de Christian Dior, Marie Antoinette, todos esses adornos loucos, e realmente loucos, coisas legais.
Lenny: O meu foi mais descontraído. Foi basicamente apenas os olhos dourados, e ele foi vestido de maneira muito simples. Eu decidi interpretar Cinna de uma forma mais clássica. Eu estava pensando em Tom Ford ou Yves Saint Laurent. Ele deixa a sua ousadia em seus trajes. Os trajes que Cinna cria são muito dramáticos.
Wes: Demorou cerca de duas horas para mim, com o cabelo e a barba. A referência do guarda-roupa para mim foi Alexander McQueen, mas foi apenas uma roupa através da coisa toda.

Vocês estão prontos para ver um monte de pessoas vestidas como seus personagens para o Halloween?
Elizabeth Banks: Sim, haverão um monte de Effies para o Halloween. Vai ser divertido!

Wes, como foi ir de igual para igual com Donald Sutherland?
Wes: Foi fácil porque eu deveria ser intimidado por ele. No meio da cena, olhei nos olhos dele e percebi: “É Donald Sutherland.” Tentei ignorar isso o dia inteiro. Ele estava apenas olhando para mim com frieza.
Lenny: Quando eu vi essa cena em seu jardim, eu estava como, “Veja Wes, ele é foda lidando com isso!”.
Wes: Eu estava apavorado, no entanto. Na verdade, foi incrível. Tenho sorte de ter trabalhado com grandes atores, em toda a minha carreira. Eu fui um fã dele, toda a minha carreira, por isso foi ótimo conhecê-lo. Então eu pensei, “Que diabos estou fazendo?”

Elizabeth, quão delicado foi encontrar o equilíbrio para o seu personagem sem exagerar?
Eu nunca quis que Effie fosse uma palhaça. Eu realmente queria que ela fosse tridimensional. Ela representa a Capital, em todos os sentidos. Não só na maneira que ela se veste, mas na sua atitude. Essa linha onde eu digo, “Eu adoro isso,” foi uma improvisação no dia. Gary e eu estávamos tentando descobrir uma maneira de realmente dizer que ela bebeu Kool-Aid. Também não houve vídeo na Colheita. Eu não tinha ideia do que esse vídeo ia ser. Foi o terceiro dia de filmagens e ele estava como, “Sim, haverá um vídeo. Eu não sei. Alguma coisa vai estar lá.” Era apenas uma tela gigante verde que eu estava assistindo. Quando fizemos o cabelo e a maquiagem, no início, tivemos um momento em que pensei, “Oh, meu Deus, isso é tão ela,” e nós mostramos a Gary e ele ficou como, “Não, isso é muita cor. Vai ser muita distração.” E ele estava absolutamente certo. Para a Colheita, isso não era certo. Minha aparência fica um pouco mais ultrajante, conforme o filme continua. Uma vez que estávamos na Capital, então isso era tudo o que eu queria fazer. Mas, para a Colheita, isso era muito específico. Eu estava muito nervosa, porque, no livro, ela tem o cabelo rosa e ela usa um traje verde para a Colheita. Eu pensei: “Os fãs vão morrer, se ela não estiver em um traje verde na Colheita.” E nós tínhamos um traje verde que eu acabo não usando porque, uma vez que olhamos para a paleta de cores do dia e do fundo e tudo, esse fúcsia era melhor. Essa foi a decisão certa. É perfeito para esse momento. O verde estava errado. Era muito natural, muito cedo. Isso é coisa da Katniss, no início do filme, e você não quer Effie pisando nisso tão cedo. Gary é realmente muito brilhante nessas coisas.

Como você lidou com essas unhas?
Elizabeth: Eu não lidei. Eu literalmente não lidei. Eu tinha damas-de-espera que fizeram tudo por mim. Eu não podia digitar no meu celular. Eu não podia ir ao banheiro. Eu não podia entrar e sair disso (o traje). No momento em que cheguei à fila do almoço, todo mundo estava de volta em seus trailers, já tinham almoçado. Eu estava como, “Não há ninguém com quem comer! Acabei de chegar!” Levei 25 minutos para entrar e sair do meu figurino. Meu horário de almoço foi um total de 10 minutos para comer, e é isso. Mas, isso foi bem.

Lenny, o que você acha que atrai Katniss e Cinna um ao outro?
Obviamente, ele tem integridade. Ele está na Capital e ele está trabalhando na Capital, mas ele é o cara que, quando a revolução rebenta, vai estar lá. Isso não é coisa dele, mas ele está preso dentro do sistema, e ele começa a usar seu talento e design. Desde o início, acho que ele foi realmente tomado pelo fato de que ela tomou o lugar de sua irmã. Quando ele vem para conhecê-la, ele é todo, “Essa foi a coisa mais corajosa que eu já vi.” Ele está aberto a ela, desde o início. Eu acho que ele vê a sua integridade, e ele realmente torna-se pessoalmente investido. Eu não sei quanto tempo ele esteve lá, mas ele já esteve lá um pouco e ele viu que as crianças vêm e vão. Ele veste essas crianças e elas estão morrendo. Ele realmente quer fazer o que ele pode fazer para ajudá-la a sobreviver.

Wes, você modelou seu personagem em alguém?
Ninguém em particular. Eu realmente só retirei de onde estamos agora, com os reality shows. Você não pode evitar de ver um monte disso. Você escolhe algum para assistir, mas com algum, você apenas não pode evitar ouvi-lo e vê-lo. Isso justamente perfura seu cérebro. Essa perfuração é no que eu estava batendo, com tudo o que eles estavam fazendo para perfurar nas mentes de todos. É preciso um certo tipo de pessoa para fechar sua mente para as consequências e apenas tentar obter resultados. Isso é para o que eu estava indo – resultados.

O que cada um de vocês pessoalmente tirou dessa experiência?
Elizabeth: Jennifer Lawrence é um porra de uma atriz louca ridiculamente boa.
Wes: Sim, essa é a realidade. Ela me surpreendeu. Para realizar um filme em sutileza é incrível.
Lenny: Obviamente, o filme é ótimo e é Jogos Vorazes, mas o que eu tirei é que é tão gratificante fazer um grande projeto com grandes pessoas. Cada dia era divertido. Eu não estou acostumado com sets de filmagem. Isso é novo para mim, então eu não sabia o que esperar. Eu pensei que teriam divas e drama e outras coisas de ator, mas todo mundo era legal. Houve um grande sentimento no set, todos os dias. Todos nós gostamos um do outro. Perguntei às pessoas no set, “Isso é normal? Pelo que eu ouvi sobre as coisas de atuação, isso não é normal.” [Elizabeth] devia estar explodindo e ser uma cadela. (Wes) era suposto ser um recluso em seu trailer, não falando com ninguém. Mas, todo mundo era tão bom. Para mim, eu sou todo sobre experiências. É ótimo fazer coisas que são grandes e maravilhosas, mas se você não está gostando e não é uma boa vibe, então qual é o motivo? Então, fui para casa com este grande sentimento de: “Uau, eu só fiz este filme sucesso do cinema com todos esses grandes atores, e foi muito divertido.” Foi maravilhoso.

Donald Sutherland, Presidente Snow

Nessa fase da sua carreira, o que você procura ao decidir quais papéis você quer aceitar?
Qualquer coisa que eu me apaixone. Eu li Jogos Vorazes e eu não podia acreditar que poderia ser verdade, então eu empurrei para longe. Eu me sentei novamente e disse para minha esposa, “eu acho que acabei de ler algo que poderia mudar tudo.” Eu não tinha nenhuma ideia sobre Jogos Vorazes. Eu não sabia nada dos livros ou da fascinação sobre eles. Eu só descobri a fascinação no consultório de dermatologista. Na minha idade, você tem que tirar cracas da cabeça. Não são cracas na verdade, mas minha dermatologista miserável chama de cracas. Ela disse, “O que você está fazendo?” e eu disse, “Acabei de terminar as filmagens de Jogos Vorazes.” Eu consegui dizer até o “r” de Jogos Vorazes e o consultório de repente estava cheio de pessoas pulando para cima e para baixo, histéricas, e eram pessoas adultas. Então eu descobri naquele momento…
Quando esse roteiro chegou, me pareceu que era algo de causar mudanças. Tinha a possibilidade de, se fosse bem feito, catalisar, motivar e mobilizar uma geração de jovens que eram, na minha opinião, em geral, inativos no processo político. Você tem o Occupy Wall Street, mas isso parece ter uma base limitada. Eu senti e espero que talvez isso possa se espalhar pelo país. Não me importa o que eles façam desde que eles se levantem e façam alguma coisa, e identifiquem a situação política em que se encontram. Eu fiquei emocionado com essa possibilidade.
E então, quando o (diretor) Gary (Ross) me pediu para interpretar o Presidente Snow, naquele momento, era uma parte muito periférica. Nós estávamos na Carolina do Norte, falando sobre a natureza dessas oligarquias dos privilegiados, e como administrá-las, e ele disse, “Eu vou escrever algumas cenas.” Ele é brilhante. Ele é um homem maravilhoso. Ele realmente é. Você tem aversão a usar a palavra gênio, mas ele é bastante extraordinário, do meu ponto de vista. Então, ele foi embora e voltou com algumas cenas com tanta economia de falas e tão específicas. Ele disse, “Eu acho que o que temos que falar é sobre esperança e medo.” Essas cenas não estão no livro. Ele as escreveu, e a (autora) Suzanne Collins adorou. É tão perfeitamente definido o que um administrador ou burocrata, como Coriolanus Snow, tem que fazer. Como você mantém os desprivilegiados sob controle? Você os oferece um pouco de esperança.

Como você vê o Presidente Snow?
Ele espera que alguém venha e desafie sua posição. Ele é muito confiante. Sua prioridade são as rosas. Você vê que ele é diferente das pessoas da comunidade. Ele é muito mais velho e ele vem de uma geração diferente. Do mesmo modo que meus pais não gostavam de Elvis Presley e eu era louco por ele, é o mesmo com o Presidente Snow. Eu não sei o quanto ele aprova tudo que está acontecendo, mas está tudo bem. Agora, jovens tem diversas tatuagens. Eu não tenho uma tatuagem.

Você tem um senso de compreensão do Presidente Snow, como personagem?
Todo ator dá ao seu personagem um pouco de DNA. Você tem o roteiro e você o põe dentro do vidrinho dentro de sua barriga e sai esse personagem. Então, ele é parte eu e parte o roteiro.

Você acha que o Presidente Snow tem medo da Katniss (Jennifer Lawrence)?
Na minha idade, a única coisa da qual você tem medo são fraldas. Eu acho que ele vê desafio, e eu acho que ele vê algo em Katniss Everdeen que foi deixado solto. Ele vê o desafio que vem esperando. Você sabe que alguém vai enfrentar em algum momento, e essa menina, em particular, é alguém que você não pode simplesmente matar. Você precisa encontrar algum outro jeito de controlá-la e contê-la.

O que você achou da Jennifer Lawrence nesse filme?
Eu não conhecia Jennifer Lawrence. Eu não havia assistido a O Inverno da Alma. Mas, como evidenciado por aquele filme e esse filme, eu diria que ela é uma das melhores atrizes em ação hoje. Ela é maravilhosa. Eu disse a ela, “Você deveria mudar seu nome para Jennifer Lawrence Olivier.”

Alguma chance de você trabalhar com seu filho, Kiefer?
Sim, em aproximadamente três semanas, nós vamos fazer um filme de cowboy em Saskatchewan, como pai e filho. Eu vou interpretar o pai. É emocionante. Eu nem consigo lhe dizer o quão emocionado eu estou.

Nina Jacobson, produtora de Jogos Vorazes

O que te levou para Jogos Vorazes e a trazê-lo para os cinemas?
Tem um cara que trabalha para mim, chamado Brian Unkeless, que é muito esperto. Nós somos uma companhia bem pequena que consiste de Brian, eu e dois assistentes, apesar de estarmos crescendo um pouco agora. Ele leu o livro e amou, e me disse que eu deveria ler. Ele era fã da série Gregor. Então eu li e não conseguia largar nem parar de pensar nele. Eu fiquei realmente obcecada com a ideia de produzi-lo, e estava muito incomodada com a ideia de que alguém além de mim pudesse fazê-lo. Eu senti que tinha tantas coisas que poderiam dar errado, durante a adaptação, e tive esse desejo intenso de proteger esse livro que ela escreveu. Naquela época, eu li o segundo livro, no formato de manuscrito, e então eu vi para onde ela estava indo com a série. Eu fui capaz de convencer Suzanne (Collins) para confiar em mim com os livros.

Sendo uma grande fã do livro, você teve alguma influência no projeto do filme?
Sim e não. No fim, eu sou muito cineasta, para uma produtora. Eu acho que a coisa mais importante é que você tem que escolher muito bem os jogadores. Foi muito importante escolher um diretor como o Gary (Ross), cujos instintos vem naturalmente, que é um contador de história e que coloca os personagens a frente. Visualmente, eu sinto que com cada filme, Gary adota um estilo diferente. Ele não tem um visual que é o visual Gary Ross, e eu pensei que isso era importante. Nós precisávamos de alguém que se baseasse nos personagens e que pudesse achar o visual do filme. Também, a contratação de Phil Messina, o diretor de arte, foi uma grande decisão. Ele é tão talentoso, e suas ideias sempre eram tão espertas e baseadas na história e na arquitetura americana. Nada parece que não é conosco, ou não poderia ser conosco, e eu acho que isso é muito importante. Mas, na evolução do filme, Gary e eu conversamos muito sobre o tom do filme e sobre se certificar que a aparência e as sensações e os estilos e as escolhas do filme tivessem consistência dentro do mesmo tema.

Quais foram os parâmetros para o tom do filme?
Quando você lê um livro, você cria esse tom. Você mesmo cria esse tom enquanto lê, em que tudo existe dentro do mundo da sua imaginação. No livro, é ótimo que ela possa apertar um botão e a comida apareça, como que pela sua ordem. Mas nós não fizemos isso no filme porque sentimos que iria ser muito fantástico e muito Oz, e a Capital deveria ser na verdade nefasto. Tinha que ser impressionante, mas tinha que ser ameaçador. Outra pequena decisão era que, no livro, Haymitch vomita nos sapatos de Katniss, mas se você mostra isso num filme, subitamente a cena toda se torna sobre uma pessoa vomitando. Tem tanto trabalho de personagens que acontece nessa cena, que nós ainda queríamos que ele fosse um bêbado, mas também ameaçador e um pouco perigoso. Então, você não está fazendo a cena exatamente do jeito que é no livro, mas a intenção da cena está lá.
Pequenas decisões como essas foram feitas diariamente. Nesse filme, nós realmente nos focamos em Cinna e não tivemos tempo para focar no outro estilista. Parte disso foi estar dentro da cabeça da Katniss. Eu amo aqueles outros estilistas nos livros e espero que possamos dar mais foco para aqueles personagens, no próximo filme. Mas, nesse filme, nós decidimos que realmente precisávamos focar na experiência de Cinna e Katniss. Nós tínhamos que estar em seu lugar. Ela tinha que chegar à Capital e não podia ser divertido. Nos livros, você está realmente em sua cabeça. Ela é capaz de estar assustada e intimidada, e você também é capaz de se divertir com os estilistas. No filme, nós decidimos que iríamos focar no relacionamento do Cinna, e ficarmos focados no seu medo e antecipação, e nós iremos explorar esses personagens no próximo livro, se tivermos sorte, uma vez que deixarmos tudo pronto com esse.

Esse é um filme de larga escala com uma base de fãs consolidada. Qual foi o maior desafio em trazer esse material para o cinema?
Eu acho que é um ato de equilíbrio saber que você tem fãs tão fervorosos. E, ainda assim, de alguma forma, foi fácil porque eu sou uma fã fervorosa. Tudo o que precisei fazer foi me colocar no meu próprio lugar. Eu nunca tive que me colocar no lugar de outra pessoa. Deb Zane, nossa diretora de elenco, era muito sanguínea, desde o início, sobre bloquear tudo o que os outros diziam que queriam. No fim, quando os fãs ficam muito entusiasmados com um filme, eles só vão querer que você o faça bem. Eles não querem que você o estrague. A ideia deles de fazer direito pode ser diferente da sua, mas, no fim, eles só não querem que você estrague o que eles amam. Então ter sido capaz de apenas seguir nossos instintos e honrar os livros e achar uma forma de ficar no curso de tentar fazer as melhores decisões possíveis que você faria criativamente em qualquer filme, sem ter virar a sua cabeça para todo o interesse, tem sido um grande desafio. É o melhor desafio que você quereria, mas ainda assim foi um grande desafio.

Foi difícil decidir como abordar a violência da história e o quão explícito você poderia fazê-la no filme?
Sim, isso foi obviamente uma grande decisão. Quando eu conversei pela primeira vez com a Suzanne sobre adaptar os livros, nós sabíamos algumas coisas. Nós sabíamos que nós queríamos que fosse PG-13 porque ela escreveu o livro para leitores de 12 anos para cima, e nós queríamos que eles fossem capazes de assistir ao filme. É um filme que é para ser relevante para pessoas jovens e não excluí-las de forma alguma. Por outro lado, não queríamos diluir ou suavizar o material porque isso seria muito irresponsável, de sua própria forma. Os livros são muito intensos e exigem muito do leitor, e o filme também deveria ser assim.
Nós duas sentimos que nós não deveríamos aumentar a idade dos personagens, não importando a idade dos atores nos papéis. Eles deveriam interpretar a idade que eles tem nos livros. Isso iria desinteressar as pessoas, se você dissesse: “Bem, em vez de 12 a 18 anos, por que não fazer dos 18 aos 25 ou dos 16 aos 21?”. Se você não se mantém ao horror que é o fato deles terem de 12 a 18 anos, você não está fazendo justiça aos livros.
Então nós sabíamos que não queríamos diminuir a intensidade do tema, por um lado, mas sabíamos que queríamos fazer de uma forma que não divulgasse ou culpasse a Capital dos crimes de nenhuma forma. Se o filme tivesse violência estilizada que fosse bonita e divertida e legal, o que é ótimo quando você vê 300 ou Matrix, não teria nada a ver com o fato deles serem crianças. Então nós sentimos que a violência tinha que parecer real, tinha que parecer urgente, tinha que parecer como se você estivesse vendo pelos olhos de Katniss, e ainda assim não podia parecer sensacionalista ou apelativa, ou como se estivéssemos fazendo graça porque o tema é de uma gravidade que deve ser honrada.

Como isso parece ser um filme de um livro, como uma produtora, quanto você estava pensando na sequência enquanto fazia o filme?
Bem, eu sou muito supersticiosa. Eu venho de uma família que é adepta de não pintar o quarto do bebê até que ele chegue em casa. Sempre tentei realmente me focar nesse filme, sabendo que, sim, esses são ótimos livros e eu me sentiria como um fracasso se não conseguisse fazer os três. Eu amo os livros. Certamente, os fãs estão lá. Eles cresceram muito desde o início. Quando eu primeiro trouxe o livro para a Lionsgate, eles tinham vendido 150000 cópias, o que é um ótimo resultado para um livro YA. E, para o crédito deles, a Lionsgate estava muito animada e comprometida com o filme, desde o início. Com 150000 cópias, eles eram tão presentes e animados em fazer o filme quanto quando nós fizemos o filme, o que foi mais ou menos 8 milhões de cópias depois. Agora ele vendeu três vezes mais do que isso.
Foi uma coisa maluca, como uma bola de neve, enquanto estávamos fazendo o filme. Mas quando nós fizemos o filme, nós só tentamos manter nossa cabeça baixa e fazer um filme que merecia uma sequência. No fim, só a audiência decide o que é uma franchise. Só as audiências decidem o que é um sucesso. Eu sempre fui consciente de não querer ser o Miami Heat dos filmes. Ninguém torce para pessoas que presumem o sucesso. Você tem que ganhar o sucesso, e sucesso é ganho por fazer um filme que as audiências gostam e querem ver mais. Não há nenhuma outra forma. Eu era uma executiva antes de ser uma produtora e eu já vi a febre de franchises crescer, ao longo da minha carreira. A única coisa que as pessoas sempre esquecem é que só é uma franchise se a audiência realmente quer ver mais. A decisão é deles. Então eu estava focada nesse filme com o meu diretor, o estúdio, o elenco e a equipe. Nós estávamos focados em fazer o melhor filme possível e em ganhar o direito de fazer mais.

Qual foi o envolvimento de Suzanne Collins durante o processo?
Suzanne esteve muito envolvida no desenvolvimento do roteiro. Ela escreveu o primeiro esboço. Ela estava muito envolvida com Billy Ray quando ele escreveu o seu primeiro esboço. E então, com o Gary (Ross) eles se deram tão bem que quando ele estava escrevendo o seu esboço, eles se uniram e escreveram juntos, para o segundo esboço. Nós tivemos conversas muito envolventes sobre o roteiro desde o começo até o início da produção. Ela veio e nos visitou durante a pré-produção e nós vimos alguns dos desenhos e para onde estávamos indo, e nós conversamos com ela sobre muito do elenco. Nós queríamos garantir que ela se sentisse confiante e confortável com nossas escolhas. Na produção, ela nos visitou uma vez, mas ela realmente não esteve envolvida. Ela viu o filme duas vezes, no processo de pós-produção, uma vez na versão não finalizada e depois quando terminou.

Foi escolha dela não estar no set?
Sim.

Você acha que por causa de Harry Potter e Crepúsculo é mais fácil trazer histórias YA para o cinema?
Essa é uma boa pergunta. Eu acho que parte disso é que esses livros realmente triunfaram. São livros muito convincentes que encontraram uma audiência que cresceu. Os livros tornaram isso possível, e a audiência dos livros tornam essas oportunidades possíveis, assim como o fato das pessoas terem percebido que eles podem ter uma experiência conjunta com um livro que não foi escrito para uma comunidade tão grande assim, mas que tem o apelo e a qualidade para realmente se estender a todas as idades e não só a idade para o qual foi escrito.

14 de março de 2012 às 15:00
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Comentários
  1. OMG!!! Vcs digitaram tudo isso? Ñ tem vídeo?
    Termino de ler no fim de semana.

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