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Leia o que o D13 achou de “A Esperança: O Final”

O último volume da série Jogos Vorazes já está nos cinemas, marcando o fim da série. A Esperança: O Final dividiu os críticos especializados, embora todos afirmem que o último filme mantenha o legado da franquia.

Por fim, chegou a vez de a equipe do D13 comentar o que achamos do filme:

Guilherme Guerra

De 2011 para cá, minha vida mudou e, com ela, meus gostos. Ainda assim, a série Jogos Vorazes continua como uma paixão minha: Mockingjay (A Esperança) segue sendo um final arrebatador realizado sob ótima condução (e menosprezado pelos próprios fãs), e o filme Jogos Vorazes entra no meu rol das melhores ficções-científicas do cinema (desta vez, os fãs debocham da funcional shaky-cam e do figurino satirizante). Se o primeiro filme possui uma potência crítica em cada cena, as super-produções seguintes conseguiram a proeza de, filme após filme, se distanciar do material original, mesmo que os roteiros tenham cada vez mais copiado diálogos e sequências dos livros em que foram baseados. Atribuo a isso, portanto, o fracasso de A Esperança: O Final em adaptar para as telonas o livro escrito por Suzanne Collins.

Não pretendo me demorar muito na questão da divisão do último livro, mas preciso frisar: ao dividir em dois filmes A Esperança, os executivos da Lionsgate deixaram claras a intenção em lucrar a partir dos filmes – e isso não é errado, a menos que o material tenha de ser alterado para isso, e é o que vimos ao longo dos anos. Mais e mais, os filmes foram se adaptando ao gosto de um público ansioso por conflitos amorosos e armas sendo disparadas (e, novamente, isso não é de todo ruim), mas sem retomar as questões trazidas principalmente pelo último livro: não há heróis na guerra (e, se os há, Katniss nunca o foi, viu, Paris Filmes?), a imagem de propaganda como forma de choque e portanto poder sobre os cidadãos, a violência despropositada (algozes não precisam de intenções para justificar seu sadismo), a morte non-sense (afinal, é muito difícil que alguém saia do esgoto e vá salvar outra pessoa) e, entre mais temas de que não me lembro, o poder de escolha do indivíduo, algo caro a Katniss e que, numa das raras vezes em que decide tomar as rédeas do seu destino, é-lhe rejeitado por covardia dos produtores do filme. Aqui, falo da intenção em atribuir o assassínio de Coin (nos livros, feito a sangue-frio, racionalmente por Katniss, consequentemente condenável moralmente) a um plano arquitetado por Plutarch Heavensbee e em vitimizar a protagonista, tornando sua ação justificável aos olhos conservadores de Hollywood.

Além disso, A Esperança: O Final sequer se dá ao trabalho de desenvolver com calma os acontecimentos ou personagens: o casamento de Finnick Odair e Annie Cresta, Primrose como médica do Distrito 13 e o arco pífio da Comandante Paylor aparecem desconexos do restante do roteiro, que aposta na campanha do Esquadrão 451 pela Capital. Desse modo, merecem destaque as cenas dos túneis de esgoto e a invasão à mansão do Snow, embora ambos momentos entreguem-se a clichês que estragam a ação posterior. É necessário citar também um detalhe raro e violento que não se via desde Jogos Vorazes: uma garota da Capital chorando e gritando pela mãe que acabara de ser atingida pelos rebeldes do Distrito 13, ecoando àquele momento do primeiro filme em que Haymitch vê um garoto da Capital sendo presenteado com uma espada.

No fim, este quarto filme não diz muito respeito a Katniss, e isso é observado pelo pouco uso de planos fechados sobre o rosto de Jennifer Lawrence, dentre outras características que estiveram muito presentes em A Esperança: Parte 1 e Jogos Vorazes. Quanto ao elenco, destaco alguns: Josh Hutcherson prova seu talento para cativar o espectador, Liam Hemsworth capta perfeitamente a estupidez de Gale Hawthorne (e, sinceramente, não sei dizer se é mérito do ator, visto que Hemsworth está sempre apagado nos filmes em que participa), Jena Malone (Johanna Mason) segue como uma das melhores escolhas de elenco e Julianne Moore aparece óbvia e caricata graças sobretudo ao figurino. Ainda, o uso de CGI para o falecido Philip Seymour Hoffman é desrespeitoso (vindo do mesmo roteiro que tira da manga personagens desaparecidos, como Enobaria), assim como a forçada carta escrita pelo personagem.

De modo geral, o maior problema do filme é pouco preocupar-se com o contexto das situações, como se fosse uma rápida viagem aérea sobre a Capital e nunca nos sentíssemos com as personagens. Isso se dá muito em parte ao apressado roteiro, mas também à direção preguiçosa de Francis Lawrence. Prova disso é o epílogo, que soa desnecessário e forçado também em parte à própria Jennifer Lawrence, impecável até então e motivo pelo grande fôlego da franquia. Assim, contraditoriamente, A Esperança: O Final é o filme mais fraco da série, mesmo que seja o mais fiel ao livro.

Cecília Bonfim

Por mais preparados que estejamos por ler os livros, nunca é fácil acompanhar o fim de uma série tão querida nos cinemas. Você sabe tudo o que vai acontecer, mas ainda assim passa o filme inteiro tenso e ansioso, não apenas por querer ver como o que você imaginou foi transformado em cena, mas porque vai viver aquela sensação da leitura de novo, e em Jogos Vorazes, muitas vezes não é uma sensação boa. Foi um encerramento mais do que satisfatório, porque saí do cinema sentindo o que senti lendo o último livro. Não é uma história que se digere facilmente. Você precisa de tempo para assimilar o que aconteceu e compreender as causas e consequências de tudo aquilo. Isso é exatamente o que as personagens passam, porque elas jamais esqueceriam tudo o que aconteceu ainda que quisessem. É um fato que precisa ser lembrado com frequência para que a situação não se repita. E essa acho que foi a maior vitória do filme, saber passar a impressão de perigo constante, tragédia iminente e, finalmente, que assim como Panem vai evitar chegar ao extremo de realizar uma nova edição dos Jogos, nós também precisamos nos manter alertas para não chegarmos à situação inicial de Panem, quando a violência é extremamente banal e a população é totalmente controlada pela mídia e pelo governo.

Porém, mais do que uma história sobre guerra e tirania, para mim, Jogos Vorazes é uma história sobre família, principalmente irmãos, e achei que isso ficou bem explícito neste último filme. Nós sabemos que desde o primeiro, Katniss tenta proteger e salvar Prim a qualquer custo, ainda que precise se oferecer como Tributo nos primeiros Jogos. A partir daí, vemos que ela está disposta a ir cada vez mais longe, se isso significar um mundo melhor para a irmã. Ela aceita participar do Massacre Quaternário e aceita com relutância seu papel como símbolo da revolução. O que ela não entende é que a irmã está crescendo e que compreende muito bem a situação em que elas estão, e por isso também está disposta a correr riscos para ajudar os outros, seja o gato quase preso fora do Distrito 13 ou as crianças feridas da Capital. Temos em A Esperança as irmãs Leeg que morrem protegendo uma a outra, enquanto o esquadrão já estava pronto para abandonar a irmã ferida; e vimos o tanto que Castor lutou para que Pollux deixasse de trabalhar no subterrâneo antes de morrer nos mesmos túneis em que o irmão foi mantido por tantos anos. Ainda que sejam aparições rápidas e discretas, sabemos que por trás dessas atitudes existem histórias muito maiores e fica a impressão de que qualquer um desses quatro faria por seus irmãos o que Katniss fez por Prim. Para mim, foram detalhes muito importantes para percebermos que Katniss é uma heroína relutante sim e que a revolução poderia ter começado sem ela, porque o sacrifício por alguém querido não é inimaginável em uma situação como a guerra. Dificilmente os rebeldes teriam o mesmo sucesso, é verdade. Katniss está em uma posição única, pois é um nome antes admirado por toda a Capital e ao mesmo tempo representa a causa dos distritos como ninguém. Ela sobreviveu aos Jogos duas vezes e pode como ninguém acusar Snow de tortura e ameaça, e isso a torna muito eficaz como a voz da rebelião. Mas o que a faz terminar de fato com a guerra é sua desconfiança de tudo e todos, parte marcante de sua personalidade única e, mais uma vez, a necessidade de proteger a irmã, ainda que seja só sua memória. Ela se vinga da estratégia de Coin que acaba matando Prim fingindo concordar com a presidenta para ganhar sua confiança e, é claro, mais tempo viva. Ao mudar de alvo no último segundo, Katniss acaba com a ideia de que apenas a violência resolveria a situação do país, ainda que por meio de um ato violento. Ela inclusive se mostra preparada para tirar a própria vida depois de matar Coin, já que sua missão estaria cumprida e ela não teria mais motivos para seguir em frente, mas Peeta a impede de tomar o veneno no último momento. Katniss e Peeta não apenas salvam um ao outro, mas são a única coisa que mantém o outro vivo. Ainda que o epílogo pareça clichê, sabemos que aquilo é exatamente o que Katniss precisa, um pouco de normalidade em sua vida que é conturbada desde a morte de seu pai. Ela jamais vai esquecer tudo o que sofreu, mas tem ao lado a única pessoa que compreende o que ela passou por ter sofrido tanto quanto.

Fiquei realmente muito satisfeita com o filme por saber mostrar isso da mesma forma sutil que o livro. Não está tudo explícito, os produtores tiveram o cuidado de mostrar que você precisa saber interpretar e não presumiram que o público não entenderia mastigando tudo para entregar um monte de obviedades em tela. Espero que quem não leu a trilogia (e nós que lemos também) passe um bom tempo refletindo sobre o que assistiu e absorva bem a mensagem: Panem não está tão distante, mas podemos muito bem evitar nos tornar os alienados da Capital ou pior, os sofridos e explorados Tributos.

Juliana Mader

Quando fui assistir “A Esperança: O Final”, confesso que não tinha expectativas.  A indiferença não está ligada ao fato de que este foi o filme com menos badalação dos quatro, mas pelo fato de, como aconteceu com a Katniss ao longo de sua história, as minhas prioridades e esperanças foram mudando ao longo do tempo. Ver o filme, a princípio, significaria apenas o fim de um ciclo maravilhoso, é verdade, que se iniciou há quatro anos e me trouxe mais do que eu poderia imaginar.

Uma vez que as luzes se apagaram, tudo que esteve adormecido no último ano veio rapidamente à superfície. Sim, eu sabia exatamente tudo o que iria acontecer e quando, mas isso não me impediu de me sentir tensa e totalmente emocionada. E é desta forma que eu encarei o que estava vendo, sem me importar se o filme estava igual ou não ao livro, se este era ou não o melhor filme da série, ou o que os “não fãs” iriam pensar. Assim como aconteceu no livro, uma sensação de perplexidade, choque, entorpecimento tomou conta de mim e tem me deixado intrigada desde então.

E quais cenas teriam me deixado tão paralisadas?  Certamente aquelas que mostram os ataques ao grupo de Katniss, com uma sequência de horrores, com direito a várias surpresas (quem também não gritou com a aparição dos mutts?); e o ataque a Capital com o rosto de todas aquelas crianças que mal sabiam o que aconteceriam com elas em breve. Não consigo fazer uma descrição exata do que se passou naqueles momentos, – mal conseguia respirar rsrsrs – mas até agora, que estou escrevendo, flashes do que se passou nestes instantes ainda vem a minha mente e me trazem um misto de vazio, falta de ar e lágrimas. A sorte é que momentos de alívio também estavam lá para aliviar toda a tensão. O melhor de todos? Effie e Haymitch, claro! E, se me permitem, os momentos com o Peeta 😉

Eu não gostaria de terminar este comentário dizendo “Este foi o melhor filme de todos!”, porque para mim seria extremamente simplista. Como fã, fico triste que este tenha sido o último e também satisfeita com o resultado final, pelas sensações que conseguiram ser passadas. Como Ju, eu espero que as pessoas se lembrem da série não apenas por uma menina legal com arcos, ou algo como #TeamPeeta ou #TeamGale. Pessoalmente, acho que Jogos Vorazes é muito mais do que isso. É a lembrança da arrogância humana, da sede de poder, da manipulação, dos horrores que o homem é capaz de fazer, é a força que encontramos em coisas pequenas, é a loucura que nos cerca e que também está dentro de nós… Talvez muito disso não fique claro na obra cinematográfica, mas se as pessoas que a assistem conseguem compreender um pouco disso e tentem fazer alguma pequena diferença, uma pequena revolução, mesmo quando a esperança parece querer ir embora, acho que a série terá conseguido cumprir seu papel.

Raquel

Vamos começar falando de algo mais simples: a divisão do livro em 2 filmes. Eu sempre fui contra, achei desnecessário desde o começo, e continuo achando que dava pra fazer em um filme só. Mas, e isso eu só me dei conta quando vi o último filme, devo dizer que se houvesse apenas um filme a sensação de que a Capital era uma fortaleza impenetrável seria bastante diminuída. Toda a dificuldade deles em atravessar as quadras em direção à mansão do Snow (com impressionantes cenas de morte de alguns membros do Esquadrão 451), a passagem pelos túneis e os Jedis, digo, Katniss e Gale disfarçados na multidão mostrou como era quase impossível a missão deles. Jennifer como sempre dando aula de atuação com a cara de desespero da Katniss ao entender que não existia a menor possibilidade dela entrar na mansão por aquele caminho.

As reações da Johanna em absolutamente todas as cenas dela são uma obra-prima. Todo mérito à Jena Malone, que transformou falas simples em momentos marcantes (a forma como ela responde “sim” à proposta de novos Jogos, por exemplo). Em um certo momento Boggs diz que Katniss fez por merecer a confiança que ele depositava nela. Ela, que sempre foi taxada de líder mesmo sem desejar, foi inspirando coragem e determinação em todos à sua volta, inconsciente do efeito que tinha nas pessoas a ponto de fazê-las arriscarem tudo, desde seu futuro até suas próprias vidas, pra ajuda-la a seguir em frente (mesmo sabendo que ela mentiu ao Esquadrão). Voltando à cena da fuga subterrânea do Esquadrão, era possível ouvir um alfinete caindo no chão dentro da sala do cinema. Ninguém respirava, todos estavam olhando vidrados para a tela. Quem sabia o que ia acontecer estava tenso esperando o baque, quem não sabia podia sentir que algo ia dar muito errado. E deu. A voz da Katniss quebra ao acionar o Holo e jogá-lo na direção de um condenado Finnick, mas não dá nem tempo de ficar triste por ele naquele momento. O Esquadrão corre para escapar, as armadilhas são acionadas uma atrás da outra, personagens morrem em um piscar de olhos, aquele inferno parece que não vai ter fim, e então acaba. A sala volta a respirar.

Chegando à fatídica cena em que Prim morre, devo dizer que tive a mesmíssima reação que tive ao ler essa parte no livro: incredulidade. Não dava pra acreditar que isso tinha acontecido. Nem mesmo a Katniss acreditava, tanto que ela parecia estranhamente calma durante várias cenas. Vimos então aquele ótimo diálogo entre ela e o (ex) presidente Snow. Apesar de muitas mentiras que ele conta pra ela (tipo o fato de que ele estava “prestes a se entregar” quando a bomba caiu), ele a faz ver que a morte de Prim teve outros culpados. Quando Coin propõe a votação para Jogos com crianças da Capital e ela diz “sim”, a sala inteira do cinema soltou um audível “QUE?!”. Por muito tempo eu pensei sobre essa parte do livro, e o filme mostrou de um jeito mais fácil de entender o que ela pretendia. Katniss sabia que Coin não confiava nela, e que Coin tentaria se tornar uma nova “Snow”, permanecendo no cargo de presidente pra sempre. A partir daquele momento, Coin nunca mais deixaria Katniss se aproximar dela, muito menos com uma arma na mão. A única maneira que ela enxergava de evitar mais 75 anos de opressão era matar Coin. Sabendo que a nova presidente faria um grande espetáculo com a execução de Snow, Katniss exige ser a responsável por mata-lo. Então ela diz “sim” e olha significativamente para Haymitch, que está achando que ela ficou doida, e eles tem a conversa silenciosa mais importante de toda a série. Haymitch confia nela e também vota sim. Sinceramente, o close nos olhos de Katniss, que está mirando sua flecha em Snow, e então olha pra cima e muda a mira pra Coin, foi de gelar a espinha.

Mas definitivamente a cena que mais me marcou, e muita gente me disse o mesmo, foi quando Katniss volta ao Distrito 12, entra em sua casa e vê Buttercup. A famosa “cena do gato”. Finalmente ela pode deixar a tristeza represada sair. Com show de atuação dela (e do gato, porque sinceramente Buttercup melhor personagem), Jennifer nos corta o coração mais uma vez. Prim se foi, a mãe dela desistiu, seu melhor amigo a decepcionou de uma maneira irreversível. Sobre o epílogo, não me incomodei em nada com ele. Katniss e Gale tem uma discussão sobre quem não matar em uma guerra mais cedo no filme, e pra mim desde aquele momento estava decidido com quem ela ficaria. Essa é uma questão completamente secundária em um filme que trata de assuntos tão mais sérios, e isso é ótimo. Eu não estava interessada em ir ver um filme só pra descobrir com quem a mocinha ia casar no final. Quando ela finalmente faz sua escolha foi de uma maneira natural, todos os eventos desde o primeiro filme levaram a isso. Vimos um momento lindo de Peeta e a criança mais velha, enquanto Katniss tem uma conversa com o bebê. Eu estava curiosa pra saber como colocariam as últimas linhas do livro em cena, já que essa parte é apenas narrada no livro, e fiquei satisfeitíssima com a transformação em diálogo entre mãe e filho. Se tornou uma cena delicada e sensível que eu gostei muito.

No fim, o saldo do filme foi muito positivo, apesar dele ter tido vários problemas. Me senti menos claustrofóbica do que quando li o livro, e de certa forma isso foi bom. Me despeço da série sabendo que Katniss sobreviveu à horrores gigantescos, cheia de cicatrizes no corpo e na mente, mas que no fim encontrou algo a que se apegar para continuar vivendo. There are worse games to play.

Clarissa Batista

A Esperança: O Final precisa de um certo tempo para definir se agradou ou não. O fato é bastante discutível, é possível amar e odiar o filme ao mesmo tempo ou apenas uma das opções. No meu caso eu amei e odiei ao mesmo tempo.

Primeiro analisando as atuações. Achei a Jennifer Lawrence meio apática comparada a A Esperança: Parte 1, fiquei esperando por uma grande atuação que só vi já no final quando ela encontra Buttercup e em um momento ou outro. Pode ter sido erro na edição final, na escolha das cenas para a versão final do filme, mas estou certa de que estava bem aquém da capacidade dela. Liam Hemsworth continuou o mesmo apático de sempre, a breve melhora que teve na primeira parte foi embora e ele não soube expressar emoção como deveria, nem mesmo a falta da mesma. Dos três, meu destaque vai para o Josh Hutcherson. Não é questão de preferência, mas ele soube transmitir emoção, soube mostrar a confusão que se passava na cabeça de seu personagem, sem dúvidas uma das melhores atuações dele em todos os seus filmes. Além do trio, destaco Natalie Dormer e os já brilhantes Donald Sutherland e Julianne Moore. Senti muita falta da participação de Sam Claflin como Finnick e Willow Shields como Prim, ambos foram muito pouco explorados, assim como Jena Malone e Stef Dawson.

Em relação ao roteiro seguido, eu senti uma certa pressa, não senti o filme fluir como deveria, era como se ele tivesse muito corrido. Ocorreu mudanças que não haviam porquê terem sido feitas como a falta do bolo de casamento de Finnick e Annie e a ida de Katniss para a Capital. Senti falta de muitos personagens como Finnick, Prim e Haymitch, não houve muito destaque em um livro onde os três são muito importantes. Assim como na primeira parte, a amizade fortalecida entre Finnick e Katniss foi muito pouco explorada, apenas dois momentos quando ela chega ao esquadrão e quando Jackson a ameaça pelo Holo. Apesar dos cortes, as cenas de violência foram brutais e cruéis como no livro, embora não tenha retratado todas. As mortes do Finnick e da Tenente Jackson foram dignas de um thriller e realmente bastante dolorosas para quem assiste, não precisa conhecer os livros para sentir a morte deles.

Apesar de ressalvas, gostei do tom político do filme. Houve muito pouca exploração dos “amantes desafortunados” e do foco no domínio do Distrito 2 e da Capital. É bastante perceptível a crítica política e social do filme, foi explorado mais o sentimento entre o próximo cidadão do que o do próximo família, com exceção do final, que é totalmente compreensível dadas as ocorrências. O filme está mais maduro, observa-se pelo público que foi assisti-lo, a presença de adultos foi muito maior do que nos outros filmes, a presença de adolescentes diminuiu consideravelmente.

Conclusão: poderia ter atuações melhores de alguns atores, mas no geral foi satisfatório; faltou certa fluidez, era melhor um filme mais longo do que um filme com cenas abruptas; cenas de violência impressionantes e cruéis, apesar da falta de algumas; um tom político maior do que nos outros filmes que caiu muito bem e um bom amadurecimento da história.

Comentários de Em Chamas | A Esperança: Parte 1

2 de dezembro de 2015 às 10:00
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Comentários
  1. Amanda disse:

    Concordo plenamente com a Cecília,Raquel eJuliana Mader. Claro que nenhum filme conseguiria ser completamente fiel ao livro,mas desta vez,comparado aos outros filmes este foi o que me deu mais a sensação que eu senti lendo o livro. Amei muito e tô de luto até hoje… Sério,acho que nunca vai passar.(Alguém pode me dizer como voltar a viver de novo?)

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